Com queda de trabalho com carteira, desemprego chega a 9%

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Coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo explicou: "o emprego com carteira tem FGTS, plano de saúde, uma série de garantias. Há a própria garantia do emprego. Mas os brasileiros têm tido a estabilidade afetada, um rendimento menor. Diante disso, outros membros da família (antes inativos) acabam saindo para buscar emprego".

No trimestre até outubro de 2015, 1,184 milhão de pessoas perderam o emprego formal em relação a igual período do ano anterior, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Como resultado, o número de desempregados atingiu 9,077 milhões de pessoas, o maior nível já registrado na série da Pnad e 38,3% a mais do que entre julho e outubro de 2014. "O maior contingente de desocupados é esperado para janeiro. Esse resultado quebra a sazonalidade da série", disse o coordenador.

A entrada de 2,513 milhões de pessoas na fila da desocupação em um ano foi recorde e mostra que a busca por emprego tem crescido em ritmo cada vez mais intenso. "Enquanto ocorrer redução na carteira assinada, a tendência é isso [procura por vaga] aumentar", afirmou Azeredo.

Conta própria

Uma das saídas encontradas por essas pessoas é trabalhar por conta própria. Em um ano, a modalidade ganhou 913 mil novos adeptos, segundo o IBGE. "Isso não é uma opção. É uma falta de opção. Ele precisa virar conta própria porque está tendo perda de renda e emprego", disse Azeredo.

É por isso que a ocupação não tem tido grandes reduções, segundo o coordenador do IBGE. No trimestre até outubro de 2015, houve queda de 0,3% na população ocupada ante igual período do ano anterior (-285 mil vagas), variação considerada estatisticamente estável pelo órgão.

"Não é a população ocupada que está caindo. Essas pessoas estão se inserindo no mercado de trabalho por outros meios", frisou. Como o rendimento da pessoal que vive por conta própria é menor, porém, há a necessidade de que outros membros da família complementem os ganhos.

No trimestre até outubro de 2015, a taxa de desemprego atingiu 9,0%, a maior de toda a série. "Foi a 10ª divulgação de 2015 em que tivemos aumento em relação ao trimestre móvel anterior. Em relação ao ano anterior, já são 11 aumentos", disse Azeredo.

Serviços domésticos

Na contramão de diversos setores da economia, os serviços domésticos continuam absorvendo novos trabalhadores. Mas não por motivos virtuosos. "Muitas trabalhadoras perderam a oportunidade e acabaram tendo de voltar para o serviço doméstico por falta de opção", explicou Azeredo.

 



Veículo: Jornal DCI


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