O RH está de olho naqueles dispostos a fazer algo a mais, que trabalhem em equipe e busquem aperfeiçoamento.
Com a grave crise enfrentada no Brasil muitas empresas enxugam o seu quadro de pessoal. Quem se mantém precisa se especializar. Essa é a avaliação da professora do IBE-FGV, Ligia Molina, especialista em gestão de pessoas, liderança e coaching executivo.
Segundo ela, o mercado de trabalho hoje, pressionado pela crise econômica, exige algo a mais. "Depende muito do porte da empresa e do desafio, mas de modo geral, os profissionais generalistas, multitarefas, estão sendo os mais procurados", garante.
Segundo ela, os impactos do cenário da economia são bastante significantes com o número de vagas abertas caindo muito e os salários sendo rebaixados. Para exemplificar, Ligia Molina conta que, há cerca de dois anos, quando o mercado ainda estava aquecido, era possível contratar certos tipos de gerentes por um salário de R$ 12 mil. Atualmente, para a mesma função, as empresas oferecem o equivalente a R$ 8 mil. "Por outro lado, temos excelentes profissionais disponíveis e algumas organizações estão aproveitando para contratar os melhores", diz.
É que as pessoas são contratadas pelo que elas sabem fazer de melhor, mas na maioria das vezes são desligadas pelo seu comportamento.
"Por isso, o pessoal de recursos humanos já está de olho naqueles que estejam dispostos a fazer algo a mais, que busquem melhoria de processos, redução de custos, aumento de lucratividade e que compartilhem conhecimentos, além de buscarem aperfeiçoamento constante", afirma Ligia Molina.
Os profissionais generalistas possuem um perfil diferenciado, com olhar mais amplo e experiência mais abrangente. "Geralmente, eles trazem novas ideias e estão acostumados a transitar em diferentes departamentos, conseguem trabalhar em equipe, sabem se comunicar corretamente e aceitam opiniões diferentes".
Para 2016, as profissões em alta são as com foco maior em tecnologia, finanças, saúde e agricultura. "Novas descobertas, novas ferramentas tecnológicas que ajudem na melhoria do dia a dia são sempre bem-vindas, ainda mais com uma geração ávida por conhecimento e novidades. Por isso, existe e sempre existirá espaço para esses profissionais", destaca a professora. A busca por profissionais das áreas de finanças aumentou e segue essa tendência. Em períodos como o que o Brasil vive, especialistas de vários níveis das áreas financeiras se tornam estratégicos dentro das corporações.
Profissionais da saúde em diversos segmentos, desde atendimento à pesquisa, também continuam sendo procurados e, segundo Ligia Molina, com a população envelhecendo, novas doenças e epidemias surgindo, eles são e serão bastante solicitados.
Com um apelo global ecológico muito forte e campanhas pela responsabilidade social e ambiental, as empresas também vão continuar em busca de profissionais de meio ambiente. Outro setor que continua firme e forte na economia é a agricultura, num país fundamentalmente reconhecido por esse setor.
Veículo: Jornal DCI