O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (Uberaba/MG), Jônadan Ma, alertou quanto ao comprometimento do crescimento do setor brasileiro por causa do patamar do atual preço do leite no Brasil. “Sem um preço bom do leite, não conseguimos uma base da pirâmide sólida, que é a classe produtora de leite. Esta classe de produtores de leite é quem viabiliza e justifica o trabalho genético de nós, criadores. Se o produtor brasileiro não for protegido, todo investimento feito pelo mesmo em genética, instalações e capacidade nos últimos 15 anos será perdido, voltando ao patamar dos anos 90”, afirma Jônadan Ma.
A expectativa é aumentar o envio de leite para o Brasil em até 50% em 2016. Como o mercado está sendo afetado pela entrada de leite abaixo de R$10,00 por quilo de leite em pó, o laticínio brasileiro poderá parar de comprar ou ter que pagar menos de R$1 por litro de leite ao produtor. Fator que aumenta o risco de quebra tanto do produtor quanto do laticínio.
Jônadan Ma também comentou sobre a má qualidade do leite em pó, vindo principalmente do Uruguai. Por ser reenvasado no Brasil, o produto importado pode prejudicar o mercado até no longo prazo, especialmente a imagem do leite em pó junto ao consumidor interno.
O presidente da Girolando apresentou algumas propostas para garantir condições mais justas de mercado para todo o setor leiteiro. Dentre elas, destacam-se a necessidade de licença de importação para evitar que haja triangulação de leite pelo Mercosul e cumprimento de cotas; equiparação de venda para compras governamentais com recursos públicos a exportação: exigência de atestado pelo fiscal do SIF da procedência do leite fornecido, a cada lote; análise prévia de todos os lotes importados, antes da liberação na Aduana, em laboratório certificado pelo Ministério – Lanagro, para garantia da qualidade do produto, evitando produto de má qualidade no mercado brasileiro; obrigação da indústria de estampar a data de fabricação original do leite em pó fracionado, e dar como validade máxima a data de validade do fornecedor no exterior, evitando venda de produto vencido rebatizado; e a efetivação da tarifa de compensação nas importações de produtos lácteos vindos da Argentina, que está tendo subsídio na ordem de 2,96 centavos de dólar por litro. “O governo precisa cumprir as normas de compensação tarifária quando houver confirmação dessas práticas desleais do comércio exterior que afetam a competitividade do produtor brasileiro”, afirmou.
Veículo: Site Feed & Food