Esta é a primeira queda no ano; nível de consumo atingiu mínima histórica. Pesquisa antecipa potencial de vendas do comércio, informou entidade.
A intenção de consumo das famílias, medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou queda de 1,6% em março, em comparação com fevereiro. Esta é a primeira queda do indicador - que ficou abaixo do nível de indiferença, com 77,5 pontos em uma escala de 0 a 200 - no ano de 2016.
Na comparação anual, o recuo foi de 29,9%. Segundo a entidade, todos os itens do índice apresentaram recuo em ambas as comparações.
No entanto, a pesquisa destacou que o indicador que mede o nível de consumo atual atingiu a mínima histórica de 53,3 pontos. A queda desse componente, em relação a fevereiro, foi de 4,4%. Já na comparação com março de 2015, a retração foi de 38,4%. A maior parte das famílias, ou 59,2%, relatou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado.
“A confiança do consumidor está diretamente ligada à estabilidade do quadro político e econômico. A contração nas vendas do varejo está em linha com o enfraquecimento da confiança observado na ICF”, analisou Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC, em nota.
A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF) tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio. A estimativa da CNC é que o volume de vendas do varejo caia de 4,2% em 2016.
Compras a prazo
Outro item que também apresentou o menor nível da série foi o de compras a prazo, com 73,2 pontos. Isso corresponde a um recuo de 2,1%, em relação a fevereiro, e de 35,5%, na comparação anual.
“O elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego são os principais motivadores da deterioração na intenção de compras a prazo”, explicou Juliana Serapio.
Regiões
O levantamento mostrou que a maior retração ocorreu na região Sul, que mostrou queda de 4,2%, na comparação mensal. A região Nordeste foi a que mostrou a avaliação menos desfavorável, com retração de 0,6%.
Juros x bens duráveis
O item que representa o momento para consumo dos bens duráveis caiu 2,2% em relação a fevereiro, "impactado pela alta taxa de juros", afirmou a confederação.
Em relação ao mesmo período de 2015, o indicador retraiu 46,2%. A maior parte das famílias, 72,1%, afirmou que "considera o momento atual desfavorável para a aquisição de duráveis".
Veículo: Portal G1