Normalmente, os dois meses que antecedem o Dia das Mães são agitados nas indústrias que produzem opções de presentes para o segundo melhor momento de vendas do comércio nacional. Mas, neste ano, a situação está bem diferente. Em vez de aumento da produção e contratação de temporários, as empresas mineiras estão demitindo e tentando “desovar” os estoques, sem grandes perspectivas. São os efeitos da crise econômica, até mesmo na data de forte apelo emocional entre os consumidores.
As indústrias têxteis, por exemplo, que estão entre as que mais vendem no Dia das Mães, não estão recebendo as encomendas vindas do varejo. Por consequência, estão deixando de aumentar o quadro de funcionários e aguardando queda na produção, na comparação com o mesmo período de 2015. “O varejo está muito estocado e vai tentar vender o que já tem. Por isso, as encomendas estão em baixa”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindmalhas), Flávio Roscoe.
Da mesma forma, as fábricas possuem um estoque alto e, por isso, não terão necessidade de aumentar a produção nem mesmo em caso de a demanda melhorar. Roscoe explica que as empresas estão esperando um desempenho pior neste Dia das Mães do que no ano passado. Mas, por causa das incertezas políticas e econômicas que rondam o País, ele não sabe estimar de quanto deverá ser a queda para o setor.
Os fabricantes de calçados também estão pessimistas. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Jânio Gomes, o setor trabalha com perspectiva de queda no Dia das Mães deste ano. A situação poderá até ser amenizada por causa da necessidade de oferecer novidades para os clientes. Mas a queda é certa. “A produção vai ser menor com certeza. Só não vai ser pior porque o lojista precisa ter produtos novos de tendência nas vitrines”, afirma.
A data também deverá ser magra para as joalherias do Estado. As projeções do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas do Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG) são de manter os resultados do ano passado. Em 2015, porém, o setor apresentou uma queda de 5% da produção na data. Segundo o presidente da instituição, Raymundo Viana, o que deverá segurar um pouco a tendência de queda é o lançamento de coleções com joias mais baratas e criativas.
Os móveis também são uma opção de presentes para as mães. Mas, segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Aureo Calçado Barbosa, neste ano, a data não fará diferença no quadro negativo que o setor enfrenta.
O mau momento é uma realidade nacional, o que refletirá no mercado de trabalho. Estima-se uma queda de 28% na criação de vagas temporárias no País.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG