Os indicadores de otimismo do consumidor em abril mantiveram a trajetória de pessimismo. Na última sexta-feira (29), a CNI e a FecomercioSP reportaram que o alto endividamento e o medo do desemprego continuam a tirar o sono do consumidor brasileiro.
O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (inec) medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ficou praticamente estável em abril e registrou 97,5, uma queda de apenas 0,1% ante março.
De acordo com a CNI, apesar da estabilidade, o indicador sinaliza manutenção do pessimismo, já que está 11% abaixo da média histórica. "Os brasileiros estão especialmente preocupados com as dívidas. O índice de endividamento caiu 5,3% em abril frente a março e ficou no menor nível da série histórica iniciada em 2001", afirma a instituição.
Os dados medidos pala CNI mostram que, quanto menor é o indicador, maior o percentual dos consumidores que afirmam que as dívidas aumentaram.
A pesquisa apontou também um aumento das dívidas, o que, de acordo com os dados, deixa os brasileiros mais pessimistas sobre a situação financeira e expectativas de bens de maior valor. O índice de situação financeira teve queda de 0,4% em abril em relação a março, sinalizando maior insatisfação com as finanças em relação aos últimos três meses e 11,5% menor ante o mesmo período de 2015. O indicador de compras de bens de maior valor recuou 2,3% em abril frente a março, o que sinaliza menor propensão dos consumidores de comprarem nos próximos seis meses.
Três componentes do Inec apresentaram alta na comparação com março: as expectativas sobre a inflação, o desemprego e a renda pessoal, ou seja, mostram maior otimismo do consumidor com a evolução futura dos preços, do emprego e de sua renda.
Segundo a CNI, apesar da melhora nos indicadores, a maior parte dos consumidores ainda espera aumento dos preços e do desemprego.
Mais mau humor
Outro dado que mensura a situação atual do consumidor é o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado pela FecomercioSP. O índice apresentou queda de 5,5% em comparação com o mês anterior e registrou 66,7 pontos, ante os 70,6 observados em março. No comparativo com o mesmo período do ano passado, quando registrou 100,1 pontos, queda de 33,4%.
De acordo com a FecomercioSP, as causas deste movimento de retração no nível de consumo estão ligadas à inflação - que corrói o poder de compra - e ao aumento do desemprego, que deixa os consumidores mais receosos em comprometer sua renda.
Os níveis de previsão de compra de bens duráveis, e situação atual caíram 11,5% e 6,6% respectivamente.
Veículo: Jornal DCI