Indústria têxtil pede "paciência"

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"Paciência". É o que empresários do setor têxtil argentino pedem aos pares brasileiros. Representando o setor, Jorge Sorabilla, secretário-executivo da fundação Pro-Tejer, diz que a Argentina precisaria de "pelo menos mais dez anos de câmbio competitivo e mecanismos de administração de fluxos do comércio para recuperar a competitividade em relação ao Brasil e outros países industrializados".

 

Ele diz que foi a proteção do governo argentino que viabilizou os investimentos no setor nos últimos seis anos, inclusive de brasileiros como os grupos Santana Têxtil, Coteminas e Camargo Corrêa, que entraram no país comprando e fundando empresas. Intencionalmente ou não, a Coteminas reforçou a tese esta semana ao anunciar que está aplicando US$ 25 milhões na ampliação de sua fábrica na província de Santiago del Estero.

 

Os produtos protegidos pelo licenciamento não-automático são fibras e fios sintéticos, tecidos sintéticos e de algodão e confecções. Pela lista apresentada pela Argentina, as importações desses produtos somam US$ 375,2 milhões, dos quais 58% vêm do Brasil. Sorabilla diz que a média de importações era entre 50% e 60%. "O problema é quando cai a demanda".

 

Em seu auge, no fim dos anos 90, a indústria têxtil argentina chegou a empregar 520 mil pessoas em toda a cadeia produtiva. "Entre o fim de 2001 e início de 2002, esse número havia caído para 240 mil empregados e a indústria passou a trabalhar a apenas 25% de sua capacidade instalada. Ou seja, estava condenada à morte."

 

Segundo Sorabilla, com a recuperação da economia a partir de 2003, a indústria têxtil teria sido uma das primeiras a reagir. Desde então cresceu em média 17% anuais entre 2003 e 2007, voltando ao nível de 450 mil empregados. "Os novos investimentos só foram viáveis com o controle do fluxo de comércio." Hoje, a indústria opera com capacidade instalada 25% maior que nos anos 90, mas com menos gente. "O que significa que ganhamos produtividade", diz, respondendo aos argumentos dos industriais brasileiros que se queixam da falta de investimentos dos argentinos. (JR

 

Veículo: Valor Econômico


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