A produção estimada, de 13 milhões de toneladas, será menor que a prevista anteriormente.
A safra 2016/17 de grãos em Minas Gerais foi estimada em 13 milhões de toneladas, alta de 10,3% frente a igual período do ano anterior, segundo dados do 8º Levantamento elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O volume ficou menor que o apontado no último levantamento, divulgado em abril, e que previa a colheita de 13,13 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 11,2%. O reajuste no volume a ser colhido se deve à estiagem registrada nas principais regiões produtoras de grão do Estado que vem interferindo no desenvolvimento da segunda safra.
As culturas mais prejudicadas pelo período sem chuvas serão o feijão e milho segunda safra. De acordo com os pesquisadores da Conab, com a ausência de chuvas ao longo de abril e o tempo seco e quente, já existem indícios de quebra de safra.
No caso do milho segunda safra, em Minas Gerais, a previsão atual é colher 1,8 milhão de toneladas do cereal, o que representa um avanço de 32,3% na comparação com igual safra do ano anterior. Porém, o resultado atual ficou menor que o do último levantamento da Conab, que previa uma expansão de 39,3% na produção, com colheita de 1,9 milhão de toneladas.
O impacto da seca é percebido na produtividade, que caiu 5,5% em relação ao ano passado, com rendimento médio de 5,2 toneladas por hectare. A área ocupada pela cultura ficou 40,1% maior, com o uso de 357,5 mil hectares.
Segundo o engenheiro agrônomo da Consultoria Planeje e conselheiro fiscal do Sindicato dos Produtores Rurais de Paracatu, Adson Roberto Ribeiro, a situação dos produtores que investiram no plantio da segunda safra e estão registrando perdas é crítica.
?Os produtores apostaram na segunda safra devido aos preços mais vantajosos do cereal, porém, a seca inesperada está provocando perdas significativas. A situação é crítica pelos custos de implantação que ficaram bem mais caros, principalmente no caso dos defensivos e fertilizantes. Os níveis de chuva abaixo do esperado para o período afeta boa parte da região Noroeste, que tem grande produção de grão, incluindo os municípios de Paracatu, Unaí e Guarda-Mor, por exemplos?, explicou.
Com o incremento de 32,3% na segunda safra, a produção total de milho será de 6,9 milhões de toneladas, volume apenas 1,5% superior ao gerado na safra 2015/16. Na primeira safra a colheita somou 5,1 milhões de toneladas, queda de 6,4%.?A menor produção na primeira safra de milho aconteceu porque os produtores priorizarem o plantio da soja precoce, o que permite o cultivo da safrinha, normalmente de milho?, explicou Ribeiro.
Os preços do cereal estão em alta, o que é sustentado pelo aumento das exportações e pela oferta escassa no mercado interno. A saca de 60 quilos de milho foi negociada no final de abril a R$ 48, enquanto em igual período do ano anterior a cotação era de R$ 28 por saca, valorização de 71%,4.
A escassez hídrica também afetou o feijão segunda safra, e a Conab revisou para baixo a produção mineira. A estimativa atual é de uma colheita de 164,5 mil toneladas, incremento de apenas 4,4% quando comparado com igual período do ano anterior. No levantamento divulgado no mês passado, a previsão era de um aumento de 23,7% e produção de 194,8 mil toneladas. Mesmo com a perspectiva de menor produção na segunda safra, o volume total de feijão a ser colhido na safra 2016/17, em Minas Gerais, será de 548,9 mil toneladas, alta de 7,1%.
Soja - A produção de soja foi o destaque em Minas Gerais. Com demanda aquecida e preços remuneradores a colheita somará 4,7 milhões de toneladas, expansão de 34,1% frente ao período produtivo anterior. A estimativa da Conab é que cerca de 90% da área plantada do Estado já haviam sido colhidas em abril.
A área destinada ao cultivo avançou sobre as de milho ficando 11,4% maior, com o uso de 1,46 milhão de hectares. O clima favorável no período de desenvolvimento permitiu que a produtividade crescesse 20,4%, sobre o ano anterior, quando a cultura foi prejudicada pela estiagem. O rendimento médio por hectare ficou em 3,2 toneladas por hectare.
A produção de algodão em caroço ficou 7,8% maior, somando 73 mil toneladas. A produtividade da lavoura, 3,7 toneladas por hectare, cresceu 3,4%. A área plantada alcançou 19,6 mil hectares, espaço 4,3% superior ao utilizado no ano safra anterior. A produção de pluma foi estimada em 29,2 mil toneladas, aumento de 7,7%.
Minas Gerais deve colher 252,4 mil toneladas de trigo na atual safra, o que se alcançado representará um avanço de 3%. A área de cultivo ficou estável, com o uso de 82,2 mil hectares. O ganho na produtividade será de 3% com o rendimento de 3 toneladas por hectare.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG