Ao atingir 134,35 pontos, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de março, conhecido como a "prévia do PIB", atingiu o pior resultado para todos os meses desde janeiro de 2010.
O resultado foi divulgado na última sexta-feira pelo Banco Central (BC). No mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) antecipou o seu Monitor PIB, que deveria ser publicado no dia 17 de maio. O indicador, que estima o desempenho do Produto Interno Bruto, aponta que a economia do País encolheu 0,3% no primeiro trimestre de 2016 em relação ao quarto trimestre de 2015.
No caso do IBC-Br, o recuo de março foi o 15º consecutivo. O índice teve baixa de 0,36% ante fevereiro, com ajuste sazonal, quando estava em 134,84 pontos. O indicador serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.
Trimestre
O IBC-Br registrou baixa de 1,44% no acumulado do primeiro trimestre, na comparação com o resultado dos três meses anteriores, pela série ajustada do Banco Central.
Na comparação de janeiro a março com igual período de um ano antes, o resultado do índice foi de queda de 6,27% pela série observada. Já no acumulado de 12 meses até março, pelo dado sem ajuste, a queda é de 5,26%.
Como de costume, o Banco Central revisou dados do Índice de Atividade Econômica na margem, na série com ajuste. Em fevereiro, o percentual passou de -0,29% para -0,33%. Em janeiro, o percentual passou de -0,68% para 0,67%. Em dezembro, o resultado foi alterado de -0,17% para -0,21%.
Em novembro, o dado passou de -0,86% para -0,90. Em outubro, por sua vez, mudou de uma queda de 0,10% para baixa de 0,11%.
Em setembro, a retração de 0,73% na economia passou para uma queda de 0,76. Em agosto, a redução passou de 0,41% para 0,40%. A taxa de julho continuou em -0,39%.
Desafios continuam
A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) alertou na última sexta-feira que o presidente interino Michel Temer enfrenta desafios similares aos de Dilma Rousseff em seu governo, como restaurar a credibilidade, mudar a trajetória de crescimento e reverter a deterioração fiscal.
"O elevado grau de incerteza e a natureza fluida da dinâmica política deriva tanto do processo de impeachment quanto das investigações de corrupção que atingiram importantes políticos", destacou a analista Lisa Schineller em relatório.
Lisa afirmou que esses dois fatores pesam sobre a economia brasileira, afetando tomadas de decisões sobre políticas econômicas, prejudicando a confiança do setor privado e restringindo o investimento.
Temer promoveu na última sexta-feira a sua primeira reunião ministerial, após assumir interinamente a Presidência na véspera com um discurso que tratou das reformas necessárias para tirar a economia da recessão e restabelecer a credibilidade e a confiança dos agentes econômicos no Brasil.
A S&P rebaixou o rating do Brasil em fevereiro para "BB", de "BB+", alertando para desafios políticos e econômicos consideráveis, deixando o Brasil ainda mais longe do selo de bom pagador e afastando investidores do País.
Veículo: Jornal DCI