Parcelamento é escolhido mesmo para compras de baixo valor, aponta SPC Brasil

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Um hábito bastante comum dos brasileiros é o de parcelar suas compras, mesmo que elas não possuam um valor alto. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL): mais de um terço dos consumidores (34,7%) que pretendem realizar compras parceladas no próximo mês, afirmaram que pagarão no maior número de prestações, independentemente do valor. Outros 37,1% também têm a intenção de comprar a prazo, mas com o menor número possível de parcelas.

Para os especialistas do SPC Brasil, o parcelamento pode ser uma importante ferramenta para o uso do crédito, mas apenas se realizado de maneira organizada e responsável. “Não é o que acontece em muitos casos. O brasileiro está acostumado a pagar suas compras em várias prestações mesmo com valores que não compensam o parcelamento. Isso compromete parte da renda e, se feito de maneira descontrolada, pode até gerar um superendividamento e inadimplência”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

A pesquisa mostra que, no mês anterior ao levantamento, os entrevistados que tinham prestações a pagar, quitaram em média três parcelas e ainda têm pela frente quase seis meses para terminar de pagar os compromissos já assumidos. Quatro em cada dez consumidores não sabem ou não quiseram responder o número de prestações a pagar e três em cada dez não souberam dizer o número de parcelas pagas no último mês.

Para a economista, o desconhecimento sobre as contas é um dos culpados pelo endividamento dos brasileiros. “Cada compra, seja parcelada ou à vista, deve ser anotada e ter o seu valor analisado em conjunto com as receitas, ou seja, o consumidor deve saber se vai ter dinheiro para conseguir quitar o pagamento de suas compras”, afirma. 34,1% dos entrevistados afirmam que não sabem a diferença entre os valores dos produtos parcelados e à vista. “Esse desconhecimento prejudica uma tomada de decisão do consumidor, já que muitas vezes ele acaba pagando juros, o que encarece o produto ou serviço de maneira desnecessária.”

A pesquisa mostrou que o cartão de crédito é a modalidade de crédito preferida por 72,2% dos entrevistados que pretendem comprar algum produto ou serviço parcelado no próximo mês. Em relação aos itens que os consumidores pretendem comprar parcelado em 2016, as roupas aparecem em primeiro lugar para 23,8% dos entrevistados, seguidas pelos calçados (21,4%) e pela opção de não comprar nada dessa maneira (19,7%).

Já a principal forma de pagamento das despesas e compras no geral continua sendo o pagamento à vista, para 67,7% dos entrevistados: 42,6% escolhem dinheiro, seguido pelo cartão de débito (25,1%). Com 32,3% dos pagamentos a prazo temos principalmente o cartão de crédito, seja em uma ou em mais parcelas (28,6%). Entre os consumidores, 44,2% optam pelo pagamento à vista caso a diferença do valor a prazo seja muito significativa.

 



Veículo: Site Investimentos e Notícias


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