As vendas no varejo brasileiro tiveram queda real - já descontada a inflação - de 10,9% em abril, na comparação anual, diz o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Agora, a previsão da entidade é de queda de 7,7% em maio e 6,5% em junho.
Segundo o Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV), para julho, é projetado um leve crescimento de 0,5% nas vendas.
O resultado de abril, explica a entidade, configura-se o pior desempenho para o período desde o início da medição do IAV-IDV.
"Novamente, o resultado negativo foi motivado pela continuidade da deterioração dos pilares macroeconômicos que direcionam o consumo, como a queda do nível de emprego e renda, o encarecimento do crédito, o aumento da inflação e a queda do índice de confiança, impactando negativamente os resultados de vendas do varejo pela forte correlação entre eles", disse a entidade, em nota.
Por setor
O setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentou o terceiro pior resultado de abril, com queda real de 5,6% na comparação anual. A expectativa para os próximos meses é de resultados negativos, com decréscimo de 4,7% em maio, 3,3% em junho e 2,6% em julho.
Já os bens duráveis tiveram o segundo pior resultado, com queda real de 11,9% em abril, também já descontada a inflação e em relação ao mesmo mês do ano anterior. "Tal comportamento pode ser atribuído ainda pela baixa confiança dos consumidores e desafios no cenário de crédito", disse o IDV. A projeção dos associados desse segmento para os próximos meses é de decrescimento de 4,4% em maio e junho e de crescimento de 1,9% em julho.
O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, food service e perfumaria, apresentou queda de 12,4% das vendas realizadas em abril. Para os próximos meses, as projeções são de queda de 10,5% em maio e 8,8% em junho e de crescimento de 0,9% em julho. "Vale lembrar que o setor de alimentação dentro do lar sofre muito e sente a pressão do aumento da inflação, que cresce acima do índice geral. A cesta de produtos deste setor teve um aumento médio de preços, em abril, de 15,5% [acumulado dos últimos 12 meses]", dizia a pesquisa da entidade.
Para o IDV, outros indicadores do mês de abril mostraram o cenário desafiador que o País enfrenta. "Os indicadores macroeconômicos que possuem forte correlação com o varejo também apontam resultados negativos nos últimos meses, como, por exemplo, a inflação, que está muito acima da meta estabelecida, o nível de desemprego, que alcança patamares iguais ao ano de 2011."
O IDV representa 69 varejistas de diferentes setores. Entre os associados estão Carrefour, Grupo Pão de Açúcar, Hering, Magazine Luiza e Renner.
Veículo: Jornal DCI