O consumo das famílias paulistanas caiu 29,4% em maio sobre o mesmo período do ano passado, para o pior nível desde o início em 2010 das medições pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), segundo pesquisa divulgada ontem.
Em maio, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou queda de 4,7 por cento sobre abril, registrando 63,5 pontos de um total de 200 possíveis. Segundo a entidade, números menores que 100 pontos mostram que há insatisfação dos consumidores. As cifras que ficaram acima desse patamar, marca satisfação em relação às condições de consumo atuais do consumidor.
Para a entidade, a retração do consumo reflete o impacto da inflação sobre a renda familiar, especialmente quando se observa que o grupo de maior gasto do orçamento é o de alimentos, que acumula alta, em 12 meses até abril, de 12,1 por cento. "Com o poder de compra afetado, as famílias continuam restringindo o consumo", afirmou a FecomercioSP em comunicado.
"Os problemas estruturais do Brasil ainda são graves e a trajetória no nível de satisfação só começará a mudar quando emprego e renda apresentarem melhoras concretas", acrescentava a nota.
Retomada
Para a FecomercioSP, após a divulgação das primeiras medidas econômicas do novo governo vão no sentido correto e pode ajudar a elevar os indicadores da entidade nos próximos meses. Segundo a Federação, ainda que de forma incipiente, os indicadores de confiança parecem estar respondendo positivamente ao desfecho da crise política. O Índice de Confiança do Consumidor da FecomercioSP, por exemplo, subiu de 87,7 pontos em abril para 90,9 pontos em maio. "Apesar da queda no componente que mede a avaliação em relação às condições econômicas atuais, o índice de expectativas subiu 7,5% no mês e chegou a 119,9 pontos", disse a FecomercioSP em nota.
Veículo: Jornal DCI