Taxa de desemprego no País atinge 11,2%

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                                     Com o desempenho, o Brasil passou a contar com o recorde de 11,4 milhões de pessoas desocupadas.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em abril de 2016, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior resultado da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,0%. No primeiro trimestre deste ano, o resultado foi de 10,9%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 1.962 no trimestre até abril de 2016. O resultado representa queda de 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 173,3 bilhões no trimestre até abril, queda de 4,3% ante igual período do ano anterior.

Com isto, o País já tem 11,4 milhões de pessoas desempregadas, montante recorde na série histórica da Pnad Contínua. No período de um ano, 3,383 milhões de pessoas foram levadas à fila do desemprego, um crescimento de 42,1% ante o trimestre encerrado em abril do ano passado.

Já a população ocupada foi de 90,633 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, o equivalente a um fechamento de 1,545 milhão de vagas em um ano, recuo de 1,7% ante o mesmo período de 2015.

“Para cada posto de trabalho que se perdeu, surgiram duas pessoas à procura de emprego”, resumiu Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A população em idade de trabalhar cresceu 1,3% no período, o equivalente a 2,074 milhões de pessoas a mais. Já a população inativa aumentou 0,4%, 236 mil pessoas a mais nessa condição.

Setores - A indústria demitiu 1,569 milhão de empregados no período de um ano, montante recorde de dispensas na série histórica da Pnad Contínua. O total de empregados no setor no trimestre encerrado em abril foi 11,8% menor do que o registrado em abril de 2015.

“A indústria foi o grupamento mais afetado, sem dúvida, e acaba fazendo reflexo em outros grupamentos. Você tem 1,5 milhão de pessoas perdendo o emprego na indústria, você vai ter reflexo nos outros grupamentos”, salientou Cimar Azeredo.

O grupamento de serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas demitiu mais 820 mil empregados no período de um ano, queda de 7,8% no total de ocupados no setor. “Isso é terceirização, praticamente. Todo mundo que está trabalhando na indústria, como limpeza, escritório, serviços de TI (tecnologia da informação). Se a indústria encolhe, esse grupamento vai encolher também”, explicou Azeredo.

O comércio demitiu 101 mil empregados no mesmo período, e a agricultura dispensou 81 mil pessoas. O fechamento de postos de trabalho em abril, com 1,545 milhão de vagas extintas em um ano, foi o maior da série histórica da pesquisa. “Você tem crise política, crise econômica, e isso se reflete no mercado de trabalho. Tudo o que acontece no mercado de trabalho é reflexo do cenário econômico”, justificou o coordenador do IBGE.

Rendimento - A extinção de postos de trabalho aliada à redução na renda dos trabalhadores que permanecem ocupados provocou a queda na massa de rendimento em circulação na economia, observou Cimar Azeredo.

Segundo os dados da Pnad Contínua, a massa de renda real dos trabalhadores recuou 4,3% no trimestre encerrado em abril, ante o mesmo período do ano anterior.

“Você tem menos dinheiro circulando no mercado. Isso vai afetar o consumo e o gasto da população, porque você tem uma massa de rendimento menor. Tem menos pessoas trabalhando, e o rendimento está mais baixo. Essa conta dá uma massa de rendimento menor”, explicou Azeredo.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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