Feira do setor aponta crescimento de marcas e tendência de queda nos preços
No Brasil, cerca de dois milhões de pessoas têm a doença celíaca (intolerância ao glúten), porém, o número pode ser ainda maior pois o diagnóstico da doença ainda é difícil, segundo a Fenacelbra (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil). Por outro lado, o mercado de produtos sem glúten está crescendo muito rápido. Até 2020, o segmento deve crescer 32% e, por consequência, os preços devem cair.
"Com mais marcas, a competitividade aumenta, o consumo aquece e o preço cai", disse Gustavo Negrini, diretor do Gluten Free Brasil, maior feira do segmento que acontece nos dias 15 e 16 e julho, em São Paulo. A redução no preço também está relacionada a novas tecnologias e mudanças no processamento dos alimentos sem glúten. "Existem muitos cereais que podem ser substitutos.
O sorgo e a farinha de arroz são dois bons exemplo disso. No Brasil, o sorgo é produzido na entressafra da soja para ajudar na recuperação do solo'", disse Negrini. Na prática, a diferença de preço entre os produtos sem glúten e os tradicionais já está diminuindo. "Em alguns lugares, durante promoções, o preço já não é tão distante. Um pacote de pão de forma feito com farinha sem glúten custa R$ 12, na promoção pode cair para R$ 7,90. Há dois anos, o preço era R$ 20. Além disso, a indústria está aprimorando os produtos. Já tem muffins sem glúten cujo gosto é igual ao tradicional. Em um teste-cego não dá para notar a diferença", comentou. O consumo de produtos sem glúten também cresce por conta do interesse dos brasileiros por alimentos saudáveis. "Não somos pioneiros como os EUA, mas a indústria brasileira está se desenvolvendo rapidamente.
Nos últimos cinco anos, o número de marcas de produtos sem glúten dobrou", disse Negrini. Doenças Várias doenças estão relacionadas ao consumo de glúten como: doença celíaca, hipersensibilidade e alergia ao glúten. A Doença Celíaca é caracterizada pela inflamação da mucosa do intestino delgado e pode causar diarreia crônica, prisão de ventre, anemia, emagrecimento ou obesidade, atraso no crescimento, alteração de humor, distensão e dor abdominal, aftas, depressão, osteoporose ou osteopenia. Também há a possibilidade de uma série de complicações da doença celíaca quando não tratada, como a associação com doenças autoimunes, tais como dermatite herpertiforme, diabetes mellitus e doenças da tireoide.
O único tratamento para a doença celíaca é seguir uma dieta, por toda a vida, sem alimentos que contenham glúten, como trigo, aveia, centeio, cevada e malte ou os seus derivados, como: farinha de trigo, pão, farinha de rosca, macarrão, bolachas, biscoitos, bolos, alguns alimentos industrializados, entre outros. Na Gluten Free Brasil, em julho, também vai acontecer uma exposição de produtos funcionais e uma feira gastronômica.
Fonte: R7