São Paulo - A colheita de café da safra 2016/17 do Brasil atingiu 41% do total projetado em 21 de junho, somando 23,24 milhões de sacas de 60 quilos, com o tempo seco acelerando os trabalhos, informou ontem a consultoria Safras & Mercado.
De acordo com a Safras, o retorno do tempo seco após as chuvas recentes contribuiu para o avanço da colheita e também para a secagem do café arábica, o que deve "favorecer o aparecimento de mais café novo nas praças de comercialização ao longo das próximas semanas".
"A recente alta nos preços do café é um estímulo para o produtor acelerar o processo de secagem e beneficiamento", disse o analista de café da Safras, Gil Barabach.
Segundo os dados, a colheita avançou sete pontos percentuais em relação à semana anterior, mas ainda assim está levemente atrasada frente aos 42% do mesmo período do ano passado.
Na comparação com a média dos últimos cinco anos, os trabalhos estão adiantados em três pontos percentuais.
Frio ainda preocupa
O frio intenso nas últimas semanas nas regiões Sul e Sudeste brasileiras ocasionou geadas pontuais em fazendas produtoras de café arábica do Paraná, São Paulo e do Sul de Minas Gerais.
Segundo agentes consultados pelo Centro de Estudos e Pesquisa em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), os maiores impactos foram observados em cafezais localizados em áreas mais baixas.
Os prejuízos ainda não foram totalmente calculados, mas a expectativa inicial é que o fenômeno não tenha causado perdas muito expressivas nas lavouras.
Produtores, contudo, se afastaram das vendas, se concentrando no beneficiamento da variedade. Assim, os negócios seguem lentos. O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo fechou a R$ 489,42 a saca de 60 quilos na quarta-feira (22) elevação de 0,65% em relação ao dia anterior e mais 6,23% a mais que a cotação do início deste mês.
Especialistas acreditam que o preço do café arábica possa superar os R$ 500 até o início do próximo mês. Principalmente se as frentes frias continuarem a atingir áreas produtoras.
Veículo: DCI