O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a bater na tecla da necessidade de a sociedade conter a ansiedade por ver os problemas econômicos que afetam o País serem resolvidos no curto prazo.
De acordo com ele, a economia vai voltar a crescer, mas não será de uma hora para outra. "Nós estamos aqui para endereçar e resolver os problemas, que são muitos", disse o ministro durante palestra no Ciab Febraban 2016, em São Paulo, realizada ontem.
O ministro disse que as pessoas costumam questioná-lo se a solução dos problemas será para o próximo ano e põem em dúvida as medidas anunciadas, pelo fato de o governo atual estar atuando na interinidade. Mas, de acordo com ele, o governo não está focando o curto prazo, está olhando para daqui a 20 anos.
Ele voltou a sublinhar que daqui para frente o governo não mais permitirá que o crescimento dos gastos públicos supere a variação da inflação. "Crescimento de gastos daqui para frente será zero acima da inflação", reiterou.
Ele disse entender que a redução dos gastos públicos é que vai criar as condições para que a taxa de juro estrutural da economia possa engatar uma trajetória de queda.
Previdência
Henrique Meirelles também disse que a reforma da Previdência é algo complexo que envolve vários setores da sociedade e por isso requer uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) própria. "Essa questão foi discutida no mundo inteiro e tenho confiança de que isso está sendo endereçado aqui no Brasil", comentou.
Meirelles afirmou que no caso da aprovação de uma PEC específica para a Previdência, as previsões mais otimistas dão conta de que ela entraria em vigor em três meses. Nas mais pessimistas, até o fim do ano. "Eu prefiro não fazer a minha avaliação".
No que se refere ao déficit fiscal, o ministro da Fazenda afirmou que o valor aprovado pelo Congresso, de R$ 170,5 bilhões, é realista e que "coisas importantes" estão sendo aprovadas pelo Legislativo.
"Temos de identificar qual o problema e atacar. O problema no Brasil é fiscal. Não é possível continuar subindo despesa pública em 6% real. Como fazer isso? Temos de atacar", destacou Meirelles.
Sobre quando a taxa básica de juros, a Selic, vai voltar a cair, Henrique Meirelles admitiu que a taxa é alta sim e a principal razão é o risco fiscal. "Calma, nós queremos resolver o problema que é de longo prazo e não será resolvido em dois dias. Com o País voltando a crescer, trajetória da dívida vai voltar a cair", ressaltou o ministro da Fazenda, durante sua palestra.
Veículo:DCI