A Tramontina pretende expandir a abrangência do seu sistema de contratação de serviços logísticos conhecido como BID. A prática consiste na negociação conjunta das unidades do grupo para conseguir os melhores preços de frete e condições de transporte de cargas, englobando todos os modais utilizados pela companhia, seja o rodoviário ou marítimo.
A diretora da Tramontina Multi, Sônia Deitos, não informa os percentuais, mas enfatiza que a medida reduz os custos da empresa. A executiva acrescenta que as exportações da Tramontina, ao ano, movimentam cerca de 2,7 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), as importações envolvem 2,3 mil TEUs e, para o mercado interno, a companhia emprega em torno de 4,350 mil carretas. O BID é adotado para todas as importações e exportações e no mercado interno a ação, concentrada nas regiões Sul e Sudeste, envolve aproximadamente 50% das cargas. Sônia adianta que a meta do grupo é praticar as diretrizes da ferramenta em todo o Brasil, alcançando áreas onde as negociações da Tramontina ainda são feitas individualmente. Se tudo transcorrer dentro do previsto, a perspectiva é que o objetivo possa ser atingido até 2017. No momento, em torno de 80% do que a empresa produz é destinado ao mercado nacional.
Através do BID, os contêineres ou caminhões podem ser compartilhados por cargas oriundas de duas ou mais plantas da companhia, fazendo com que uma variedade de mercadorias chegue ao cliente. A unidade que tiver o maior volume envolvido na operação será a responsável pelo gerenciamento do processo. Sônia palestrou ontem na 18ª Transposul - Feira e Congresso de Transporte e Logística, que será encerrada hoje na Fiergs. Outra participante do evento foi a analista tributária da Receita Federal Elaine Cristina da Costa, que falou sobre o programa Operador Econômico Autorizado (OEA), uma certificação concedida pelas aduanas para agentes logísticos que confere o status de empresa segura e confiável em suas operações.
Elaine reforça que a distinção incentiva as companhias a promover constantes melhorias. Em contrapartida, o programa concede benefícios para o operadores, como a agilização dos despachos de importação e exportação. Para os importadores dentro do OEA, a analista diz que a seleção de cargas caiu de 10% para 2%. A Receita Federal também participa com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e secretarias estaduais de Fazenda da iniciativa Canal Verde Brasil. O gerente de fiscalização da ANTT, João Paulo de Souza, explica que a intenção é implementar uma rede de leitura de passagem de veículos, sem a interrupção da viagem, para realizar a fiscalização e obter dados para definição de políticas de transporte.
O deslocamento do veículo é constatado através da leitura ótica dos caracteres da placa, combinada com a verificação dos chips eletrônicos de identificação presentes em caminhões. Souza afirma que a ação possibilita, entre outras vantagens, intensificar o combate ao roubo de carga. O integrante da ANTT enfatiza que estão instalados 22 pontos do sistema nos principais corredores logísticos do País. Os equipamentos estão funcionando desde março e já fizeram a leitura de mais de 10 milhões de veículos. A previsão é que até setembro o número de pontos aumente para 55. Leia mais sobre a Transposul no caderno de Logística.
Veículo: Jornal do Comércio de Porto Alegre