Governo busca estimular cultivo de trigo de melhor qualidade no Brasil

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O governo anunciou na quinta-feira uma medida para alterar a estrutura de produção de trigo no país. O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a concessão de estímulos para o cultivo de variedades de melhor qualidade e menor oferta no mercado interno. Por isso, foram elevados os preços mínimos de garantia por tipos de trigo, além de ter havido a ampliação dos limites individuais de crédito por produtor em razão da recente elevação dos custos de produção.

 

O estímulo oficial foi decidido com base na política de preços maiores para grãos mais finos, como os tipos "melhorador" e "durum". O trigo "brando", de qualidade inferior, deve ter o preço mínimo extinto no médio prazo. Os limites de crédito passaram de R$ 550 mil para R$ 600 mil nas lavouras irrigadas e de R$ 400 mil para R$ 450 mil nas áreas não-irrigadas.

 

A nova política demandará uma fase de transição porque 80% da produção do Rio Grande do Sul está concentrada nesse tipo de grão. Por isso, o governo reajustou de R$ 417 para R$ 441 por tonelada (5,5%) esse trigo. O trigo tipo "pão", de qualidade intermediária, teve aumento de R$ 480 para R$ 530 (10,4%). Mas os tipos "melhorador" e "durum", usados em produtos de alto valor agregado, serão reajustados de R$ 480 para R$ 555 por tonelada (15,6%). Produtores do Paraná e do Centro-Oeste já produzem essa variedade.

 

"É um estímulo para a produção de um trigo melhor, mas demandado e em boa parte importado pelo país", disse o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. No médio prazo, esses preços devem sofrer um "descolamento" ainda mais acentuado para, segundo o governo, induzir os produtores a redirecionar a produção. "Há mercado para o trigo de melhor qualidade, mas ainda temos pouca oferta interna", analisa Bittencourt.

 

Na tentativa de estimular a produção alternativa ao trigo e ao milho na chamada safrinha de inverno, o governo também elevou os preços mínimos de culturas como aveia (R$ 16 por saca), cevada (R$ 22,32) e triticale, além de girassol (R$ 25,68) e canola (R$ 28,26). "Estamos recompondo os custos variáveis em uma média de 10% para esses produtos", disse Gilson Bittencourt.

 

Em outra medida, o CMN elevou de R$ 15 milhões para R$ 20 milhões o limite de crédito nas operações de Financiamento para Aquisição de Café (FAC) para agroindústrias do setor. O limite valia para operações de EGF e LEC. (MZ)

 

Veículo: Valor Econômico


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