Índice mundial entre os jovens entre 15 e 24 anos deve ir a 13,1%.
Taxa aproxima-se do nível recorde de desempregados batido em 2013.
O número de jovens desempregados no mundo deve voltar a aumentar este ano, chegando a 71 milhões, e se estabilizar em 2017, de acordo com as previsões da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgadas nesta quarta-feira (24).
A OIT estima que o índice mundial de desemprego dos jovens com idades entre 15 e 24 anos deve atingir 13,1% em 2016, contra 12,9% em 2015, ou seja, um aumento de meio milhão de pessoas. Com isso, aproxima-se do nível recorde batido em 2013, que foi de 13,2%.
Esse aumento acontece depois de três anos de queda e "se explica por uma recessão mais profunda do que o esperado em alguns dos grandes países emergentes exportadores de matérias-primas, assim como pela estagnação do crescimento em alguns países desenvolvidos", afirmou o economista Steven Tobin, da OIT, principal autor do relatório.
Piora é maior nos emergentes
Por região, as taxas mais altas serão nos países árabes e na África do Norte, com cerca de 30%. A deterioração da situação é particularmente acentuada nos emergentes, onde o desemprego nessa faixa etária deve passar de 13,3%, em 2015, para 13,6%, em 2016, afetando 53,5 milhões de pessoas.
No caso dos países desenvolvidos, o número de jovens sem trabalho deve ser o mais alto, em 2016, batendo 14,5%. Isso significa 9,8 milhões de desempregados. O quadro começa a apresentar ligeira melhora em 2017, com 14,3%.
A taxa de desemprego nos países em desenvolvimento deve continuar relativamente estável (em torno de 9,5%, em 2016), em grande parte graças ao aumento de sua população economicamente ativa. Em números absolutos, deve atingir 7,7 milhões.
Esses números não refletem, porém, "a gravidade da situação do mercado de emprego dos jovens" no países emergentes e naqueles em desenvolvimento, porque, entre os jovens que trabalham, muitos não ganham o suficiente para sair da pobreza, adverte a OIT.
Segundo essa agência da ONU, cerca de 156 milhões de jovens nos países emergentes e em desenvolvimento vivem em uma situação de extrema pobreza (com menos de US$ 1,90 por pessoa por dia), ou de pobreza moderada (entre US$ 1,90 e US$ 3,10), mesmo estando empregados.
"Será muito difícil atingir o objetivo que estabelecemos de erradicar a pobreza até 2030", lamentou Tobin, referindo-se a um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Durável, adotados pela ONU em 2015.
Fonte: Portal G1