No dia mundial do pão, empresários revelam maneiras de se reinventar no ramo para conquistar clientes

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Mesmo com uma queda no consumo de pães, em 2015, as panificadoras no Amazonas têm enfrentado a instabilidade econômica com criatividade. Elas reinventam os seus espaços para self-service, cafés, lanchonetes, além de nova receitas, em busca de manter as vendas aquecidas e não repassar os custos ao cliente final.

O Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Amazonas (Sindpam) está otimista com a reação do mercado para o próximo ano. Neste domingo (16) é comemorado o Dia Mundial do Pão, o alimento mais popular do mundo, produzido há mais de 12 mil anos.

O presidente do Sindpam, Williams Barbosa, ressalta que a última vez em que as padarias e panificadoras reajustaram o preço do pão foi em abril de 2014, quando houve um aumento de 8%.

Diante de um cenário de instabilidade econômica e a variação do dólar, Barbosa afirma que os empresários conseguiram driblar a crise e manter esses dois últimos anos sem reajuste no produto. Ele diz ainda que para 2017 se espera uma melhora no mercado.

“O empresário tem que ter criatividade para não reajustar o preço e enxugar os custos para não ter que repassar ao consumidor. Se acontecer, fatalmente ele vai criar uma evasão de clientes em sua loja”, explica o presidente. Ele lembra também que as empresas não são obrigadas a fazer o reajuste por igual, uma vez que cada uma tem o seu custo de produção.

Enquanto consumo anual de pão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são 62 quilos, o amazonense consome em média 26 quilos ao ano. Em todo o estado o consumo médio anual é de 12,5 milhões de quilos de farinha de trigo, exportada dos Estados Unidos, Canadá e Argentina.

O consumo médio do brasileiro é de 34 quilos por ano. Em Manaus, são 1,3 mil padarias em atividade, que geram 13,4 mil empregos diretos e 29,6 mil indiretos, com perda de 700 postos de trabalho em 2015.

Diversificação

O proprietário da Panificadora Emme, localizada no bairro São Jorge, Zona Oeste, Carlos Azevedo, conta que em sua empresa buscou acompanhar a diversificação do mercado e trabalhou um mix de receitas, que garantiu a ele o equilíbrio da receita.

“Com essa diversificação as dificuldades foram minimizadas. Nos últimos anos, vínhamos fazendo pequenas mudanças, saindo daquela panificadora tradicional de balcão para aquela panificadora de autosserviço. Hoje, as lojas são abertas onde o cliente circula e escolhe seus produtos”, explica o empresário.

Mauro Moraes, que é dono da Bodega do Pão, localizada no bairro Coroado, Zona Leste, trabalha com distribuição do produto. Ele explicou que incialmente servia apenas comércios e mercadinhos, mas com as dificuldades financeiras precisou se reinventar.

O empresário ampliou a clientela com lojas de conveniência, municípios da Região Metropolitana de Manaus (RMM), além de fornecer produto para indústria de pães congelados. “A venda no interior foi uma forma que a gente achou de enfrentar menor concorrência e praticar preço justo”, ressalta.

O empresário informa ainda que, com a inauguração do setor comercial da empresa, o objetivo agora é aumentar a base de clientes, o que consequentemente vai obrigar que a produção aumente as opções de receitas.

Fonte: Jornal Em Tempo 


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