Nugali investe para crescer em produtos de maior valor

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A indústria de chocolates Nugali, localizada em Pomerode (SC), "a cidade mais alemã do Brasil" é uma das poucas a cuidar da produção desde o grão até a embalagem. As fórmulas seguem as tradicionais chocolaterias belgas, que fabricam produtos finos. Neste ano, o aumento previsto na receita é de 50% em relação a 2008 e em volume 42%. Com produção de 100 toneladas, a Nugali detém hoje 2% do mercado de luxo, que é de 5 mil toneladas. Nos próximos cinco anos, pretende aumentar a participação neste segmento para 10%. Os dados foram extraídos da pesquisa da MCF Consultoria & GFK Indicator e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

No Brasil, o mercado de chocolates é de 350 mil toneladas (2009), de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Para a Páscoa, a produção da Nugali, de 20 toneladas, é 105% maior do que no mesmo período do ano passado, diz a diretora de Operações, Maitê Lang.

 

A Páscoa responde por 20% do faturamento. Entre as novidades, a chocolateria buscou inspiração nas jóias do russo Peter Carl Fabergé. No século XIX, o joalheiro confeccionava ovos de Páscoa em forma de jóias para os czares russos. A Nugali fez uma réplica desses ovos e batizou-os de Fabergé.

 

Maitê Lang diz que a crise só afetou os negócios em novembro de 2008 e que em dezembro as vendas já haviam normalizado. Para a Páscoa, promoveu reajuste de 6% nos preços dos produtos, que foi o percentual que a empresa conseguiu repassar. "O cacau subiu 12% desde outubro de 2008", diz a empresária.

 

No ano passado, a Nugali investiu R$ 500 mil com recursos próprios na compra de máquinas e modernização da unidade, inaugurada em 2004. Neste ano serão desembolsados mais R$ 350 mil para a conclusão do projeto.

 

A Nugali fabrica o próprio chocolate. "Tirando a plantação da amêndoa do cacau, que não faz parte do nosso negócio, dominamos todos os processos da cadeia produtiva", disse Maitê.

 

Maitê nunca fez um brigadeiro antes de tornar-se empresária. Era administradora de contratos de compra de aviões da Embraer. Por isso viajava muito sempre com encomendas de amigos, a maioria de chocolates. "Aí me perguntei: Por que este povo não compra chocolates no mercado nacional?" Constatou que a busca pela redução de custos e pelo preço acessível ao consumidor criou um buraco e ao mesmo tempo um nicho de produtos de alta qualidade. "Este consumidor com poder aquisitivo elevado quer itens de luxo", afirma. O sabor e o modelo de negócio, Maitê foi buscar na Bélgica, cuja fórmula possui menor teor de leite e menos açúcar.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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