O Porto de Itaqui, em São Luis, se prepara para aumento da demanda de granéis. O terminal passará por grande transformação nos próximos cinco anos. Pelo projeto, serão construídos mais doze berços de atracação e deverão ser investidos cerca de R$ 1,9 bilhão.
O presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária - Emap, que administra o porto, Ângelo Batista, disse que para a primeira parte das obras de expansão, que prevê a construção de dois berços de atracação de navios e dragagem de aprofundamento, serão aportados R$ 380 milhões até 2010. Hoje, em Itaqui estão em operação seis berços com calados entre 10 metros de profundidade a 18 metros. "Esses recursos estão garantidos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a capacidade de movimentação do porto deverá crescer em 50%", disse Batista.
Hoje, segundo o diretor, Itaqui pode movimentar 13 milhões de toneladas de produtos, a maior parte granéis líquidos e sólidos. Com a expansão, o terminal chegará a uma movimentação de cerca de 20 milhões de toneladas no próximo ano. "Mas isso ainda não é suficiente para atender a demanda esperada com a operação dos novos projetos industriais na região", disse Batista.
Segundo ele, somente a Petrobras, com a nova refinaria que será instalada na região, demandará mais sete berços exclusivos para o transporte de óleo diesel para o mercado externo. "Teremos também berços exclusivos para a exportação de celulose a partir da unidade do grupo Suzano. São produtos que não podem compartilhar berços de atracação, por isso, acreditamos que deverão ser construídos mais 15 berços até 2014", afirmou o diretor.
O projeto prevê ainda uma dragagem de aprofundamento do calado que deve atingir 15 metros de profundidade. "Com isso, poderemos receber os maiores navios graneleiros do mundo", disse Batista.
O diretor ressaltou que, para este ano, apesar da retração econômica de alguns produtos, o Porto de Itaqui segue na contramão dos outros terminais do País. "Nem mesmo os efeitos da crise que reduziu a movimentação de cargas em 5% no trimestre, conseguiram afetar a saúde financeira da empresa. Conseguimos reduzir custos administrativos e incrementar nossa receita com armazenagem de cargas, atividade esta que pretendemos otimizar com a construção de novas áreas para estocagem, tendo em vista uma demanda que será constante e que temos potencial para suprir. Graças especialmente a essa atividade, conseguimos fechar este valor no primeiro trimestre com um faturamento em torno de R$ 25 milhões", afirmou.
Grande parte da receita gerada no primeiro trimestre deve-se ao armazenamento de maquinários para obras como a ampliação da Alumar, para a Vale e para a Termoelétrica Gera-Maranhão
Veículo: Gazeta Mercantil