Clima favorece produção em GO e venda da safrinha segue lenta

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Jataí (GO) - No sudoeste de Goiás, entre as cidades de Rio Verde, Jataí e Mineiros, o clima foi favorável, apesar de pancadas de chuva atingirem as lavouras quase que diariamente na colheita. Em vendas, metade da soja foi negociada e o milho safrinha caminha a passos lentos.


Na última semana, a reportagem do DCI percorreu fazendas goianas com o Rally da Safra, promovido pela Agroconsult, e o otimismo dos produtores é perceptível. A olhos vistos, a soja está seca e colheitadeiras trabalham aceleradas ao lado dos caminhões. Entre plantas esverdeadas e amaraladas, é possível identificar o cultivo da oleaginosa tardia em menor volume. Com esta expedição, a consultoria encerrou a primeira etapa do Rally e, ontem, revisou para cima a estimativa de produção nacional da cultura para 105,3 milhões de toneladas, contra 104,4 milhões projetados no início de janeiro.


"Tivemos uns 15 dias de estiagem, mas o resultado será superior. A média de produtividade na região vai de 57 a 62 sacas por hectare, ante 50 sacas na temporada anterior", afirma o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Luciano Jayme Guimarães. A meta de uma parcela do setor é atingir ou suplantar 65 sacas por hectare.


O vice-presidente do sindicato, Enio Fernandes, acredita em uma boa safra mas alerta que se as chuvas continuarem e se excederem tudo pode mudar. Na questão sanitária, o primeiro caso da doença fungica ferrugem asiática aconteceu em janeiro e com baixo nível de infestação.


Nos arredores de Jataí (GO) problemas de infraestrutura, como falta de energia elétrica e má qualidade das estradas, despontam entre os gargalos. "Nos últimos projetos agronômicos, 100% foram para instalação de gerador nos armazéns de grãos", destaca o secretário de Agricultura do município, Silomar Cabral Faria.


Comercialização
Em média, 50% da safra de soja foi negociada e a outra metade aguarda oportunidades de mercado. No milho safrinha este percentual representa apenas 15% em Rio Verde, segundo Fernandes. Normalmente, o cereal estaria com pelo menos 30% comercializado. "Além do produtor mais cauteloso, há um reflexo do câmbio", diz o vice-presidente.


O comportamento do agricultor tem sido tomado pela experiência mais recente, da safra passada, quando muitos perderam os melhores negócios por terem vendido antecipadamente ou por não ter conseguido cumprir os contratos fechados depois da quebra na produção.


O presidente da Comissão de Crédito Rural da Faeg, Alexandre Câmara Bernardes, disse que a grande maioria da região conseguiu renegociar os contratos de forma administrativa, mesmo assim, neste ciclo a venda antecipa aconteceu apenas por meio de troca com empresas de insumos.


 
Nayara Figueiredo


Fonte: DCI - São Paulo



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