Pecuaristas de Minas Gerais têm nova opção de silagem de alta qualidade, com preços mais acessíveis
Os pecuaristas de Minas Gerais têm mais uma opção para a produção de silagem de alta qualidade, o que é importante para estimular a produção de leite e de corte. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Milho e Sorgo (Embrapa Milho e Sorgo) disponibilizou para o mercado mais uma cultivar de sorgo forrageiro, a BRS 658. Além de mais resistente ao veranico, o produto tem alta produtividade e preços mais acessíveis que os do milho.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, José Avelino Santos Rodrigues, o uso do sorgo para a produção de silagem ainda tem grande possibilidade de crescer em Minas Gerais, mas a tradição do produtor em investir somente no milho para alimentar o rebanho ainda torna lento o avanço das lavouras de sorgo.
“O sorgo é uma opção muito rentável para o pecuarista. O custo por hectare é, pelo menos, 50% inferior ao valor gasto com o cultivo do milho. Além disso, a planta é mais resistente à estiagem e, após um período de veranico, é capaz de se recuperar e apresentar boa produtividade, ao contrário do que acontece com a cultura do milho. Tudo isso reflete em um custo de produção menor para o pecuarista”, explicou.
Uma das vantagens do sorgo forrageiro BRS 658, desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo, é a possibilidade de colher uma segunda safra, já que ocorre a rebrota da planta. A indicação da Embrapa é que a semente seja plantada na primeira safra. Em cerca de 100 a 110 dias, o grão já está em ponto de ensilagem. Após a colheita, a planta rebrota e é possível colher uma segunda safra. Os equipamentos utilizados no milho são os mesmos demandados pelo sorgo. Por isso, não há acréscimo nos custos de produção.
De acordo com Rodrigues, o sorgo forrageiro possui alta qualidade de forragem e média de 50 toneladas por hectare de produção de massa verde, sendo resistente ao acamamento e com alta sanidade foliar. A maior resistência às doenças permite que a silagem tenha melhor qualidade.
“As sementes foram disponibilizadas para a comercialização em meados de 2016 e vários produtores investiram no sorgo. Estamos acompanhando alguns campos e o desenvolvimento da lavoura está muito satisfatório. A cultivar é apropriada para a produção de silagem de alta qualidade. A planta tem muito grão, o que significa mais proteína e mais digestibilidade. Com isso, o rebanho vai produzir mais leite e mais carne”, explicou Rodrigues.
Para divulgar as vantagens do sorgo e estimular o plantio, a Embrapa tem participado de eventos agropecuários em Minas Gerais. Nos eventos, os pesquisadores e técnicos, além de apresentarem o produto, também auxiliam quanto aos cuidados necessários com a cultura.
“O pecuarista investiu muito no melhoramento genético animal e é preciso ganhar eficiência, o que vem da boa alimentação do rebanho. Utilizar uma silagem de alta qualidade, como o sorgo forrageiro, gera maior retorno e o produto é uma opção de custo acessível e bom rendimento”, explicou.
Michelle Valverde
Fonte: Diário do Comércio de Minas