Lula evita confirmar IPI menor na linha-branca

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou ontem confirmar que o governo pode ampliar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para outras mercadorias. Ao ser questionado se a medida poderia atingir geladeiras, fogões e máquinas de lavar, se limitou a dizer que não se pode anunciar ações antes da hora . "Só se pode anunciar medidas no dia de colocar em prática porque senão as pessoas param de comprar. Se vocês sabem que daqui a um mês um produto vai baratear, vocês não vão comprar esse mês, vão esperar o mês que vem", disse.

 

Lula ainda evitou comentar a saída do presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto. Apenas afirmou que a queda do spread bancário virou uma obsessão para o governo.
O presidente deu informação em entrevista coletiva após participar do Encontro Nacional de Comunicadores, promovido pelo Ministério da Educação.

 

Cadastro positivo

 

O presidente defendeu ainda aprovação do Cadastro Positivo de Credores pelo Congresso Nacional como forma de amenizar a falta de crédito no país provocada pela crise financeira internacional. "Espero que o Congresso aprove [a proposta], já conversei com o presidente Temer [Michel Temer, presidente da Câmara], com Sarney [José Sarney, presidente do Senado] e espero que aprove logo porque é uma coisa de interesse da economia nesse momento em que o crédito é o grande problema do mundo, não é do Brasil, é do mundo."

 

A finalidade do cadastro positivo é permitir que empresas prestadoras de serviço de banco de dados de proteção ao crédito possam ter uma lista de pessoas que pagam contas em dia. O objetivo é reduzir os riscos de inadimplência e permitir que sejam cobradas taxas mais baixas daqueles que honram seus compromissos.

 

Geladeiras

 

Mais tarde, após reunião com sindicalistas, Lula voltou a defender o projeto para a troca de geladeiras antigas por novas, o que reduziria o consumo de energia e a emissão de gases. Segundo participantes da reunião, ele disse que o recolhimento das geladeiras antigas, no entanto, é o maior obstáculo do projeto, pois o custo é elevado e muitos acabam não desfazendo da geladeira antiga. "A dona Marisa comprou uma [geladeira] nova e a velha está cheia de cervejinha", disse Lula, segundo relato dos sindicalistas.

 

Os presidentes da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique Silva, informaram que o governo não vai editar qualquer medida reduzindo temporariamente recolhimentos de encargos sociais sobre folha salarial. "As centrais sindicais rechaçaram essa proposta do Ministério da Fazenda de mexer com os direitos dos trabalhadores Essa questão, portanto, ficou emperrada definitivamente porque o presidente Lula disse que, se as centrais não aceitam isso, não será feito", afirmou Paulinho. Os dois relataram que todas as centrais se posicionaram contra qualquer flexibilização de direitos trabalhistas. "Em momento de crise, não se deve discutir direitos da classe trabalhadora", emendou Henrique Silva.

 

Segundo Paulinho, foi acertada a criação de um grupo para monitorar os vários setores da economia, que será integrado por sindicalistas e ministros. O primeiro segmento escolhido para ser analisado é o da alimentação.
Para os dois, o auxílio do governo deve ser pontual, nos setores realmente afetados pela crise.O presidente Lula evitou confirmar que o governo pode ampliar a redução do IPI. "Só se pode anunciar no dia de colocar em prática, porque senão param de comprar", disse.

 

Veículo: DCI


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