O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, disse que a menor oferta de trigo na Argentina este ano pode levar a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a discutir a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação do cereal de outros países. A declaração foi dada ontem durante reunião entre os dois países. Segundo ele, tudo depende de um levantamento que o governo argentino está fazendo para saber qual é o volume ainda disponível de trigo para exportação. Os últimos registros para vendas externas do grão foram liberados em fevereiro e já foram todos tomados. "Existe uma preocupação em relação à quantidade de trigo que a Argentina poderá exportar este ano e o governo do país vai nos dar informações mais precisas futuramente", disse Ramalho após reunir-se, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com o secretário de Indústria da Argentina, Fernando Fraguío.
"Se a Argentina, como já estou prevendo, de fato não conseguir atender à demanda brasileira de trigo, muito provavelmente a Camex voltará a examinar a possibilidade de isentar a TEC (de 10%) para importação também neste ano", disse o secretário. Em 2008, com as restrições do governo argentino às exportações do cereal, a indústria nacional apontou risco de desabastecimento. Preocupado com o impacto dos preços do trigo na inflação, o governo brasileiro isentou a TEC para a importação de um volume de até 2 milhões de toneladas do Canadá e dos Estados Unidos. Neste ano, a Argentina exportou menos porque produziu menos trigo. A safra caiu pela metade por conta da maior seca dos últimos 100 anos, segundo Fraguío.
Na reunião realizada ontem entre Brasil e Argentina para discussão do comércio bilateral também foi tratada a questão da farinha de trigo. Nos últimos anos, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) vem pedindo.
Veículo: DCI