O entrave comercial e sanitário que até então inviabilizava as exportações brasileiras de lácteos para a Rússia pode ser solucionado, acredita o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz. Os requisitos sanitários exigidos pelo maior importador da carne brasileira foram apresentados afim de que se embarque finalmente as primeiras remessas de leite em pó e de leite condensado para lá.
A possibilidade cogitada durante reunião conjunta das Câmaras de Leite da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), em Brasília, depende em parte da adesão dos produtores e processadores ao Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuber-culose Animal (PNCEBT).
Para Otávio Farias, trader da Allience Commodities, existe "um potencial grande para queijos e manteiga, mas os preços internacionais ainda não estão viáveis". Segundo ele, os preços reagiram e chegaram a US$ 2.200 a tonelada de leite em pó, "mas o mercado interno está pagando até US$ 3.000 pelo produto", pondera.
Na contramão dos embarques, desde o início do ano o mercado doméstico recebe volume recorde de leite de origem essencialmente Argentina em função dos baixos preços praticados. Em reunião bilateral entre representantes dos dois países, o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, pretendia propor a implementação do mecanismo de adaptação competitiva para frear as importações, hipótese reduzida apenas a uma discussão entre as indústrias.
Veículo: Gazeta Mercantil