No Brasil, 82% do consumo de alimentos vêm das classes mais baixas. Por isso, a indústria tem se empenhado em entender melhor as necessidades desse público para poder atendê-lo melhor - e vender mais.
Um bom exemplo disso é o programa "Nestlé até Você", que leva produtos e orientações nutricionais para consumidores da base da pirâmide social brasileira, por meio de um exército de 6 mil vendedoras, que batem de porta em porta para vender kits de produtos lácteos, biscoitos e chocolates. De quebra, essas representantes ainda dão dicas de saúde e nutrição para mulheres que tem baixo acesso à informação e pouco dinheiro para se deslocar até os supermercados tradicionais. Até o final do ano, o número de vendedoras deve subir para 9 mil.
A maior prova de que o segmento de baixa renda não pode ser mesmo ignorado pelas empresas é o faturamento obtido pela Nestlé no segmento de consumidores emergentes - em 2008 as vendas bateram a meta de R$ 1 bilhão em vendas, resultado 15% superior ao de 2007. Para chegar a esse resultado, a multinacional tem lançado marcas específicas para esse target e também recorrido a embalagens de custo mais baixo, de produtos como os biscoitos Bono e Passatempo. A multinacional também montou pontos de venda de produtos em lojas voltadas para o consumidor popular e em estações de ônibus e metrô.
Veículo: Gazeta Mercantil