A produção da indústria brasileira cresceu 0,6 % em abril em comparação com março, compensando parte da queda de 1,3% (dado revisado) registrada no mês anterior. Os números consideram ajuste sazonal e foram divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi o melhor resultado para abril na comparação com o mês anterior desde 2013, quando o indicador cresceu 0,9%.
Na comparação com abril de 2016, porém, foi acumulada queda de 4,5%, a maior baixa interanual desde outubro do ano passado, quando foi registrado recuo de 7,5% em relação a outubro de 2015.
De acordo com o gerente de Indústria do IBGE, André Macedo, o avanço de 0,6% não elimina totalmente a perda de -1,3% registrada em março, o que mantém o setor industrial com características de pouco dinamismo. Segundo o pesquisador, a produção em abril ainda está 19,8% abaixo do pico da série histórica, apurado em junho de 2013.
De janeiro a abril, o setor industrial acumulou retração de 0,7%. Em 12 meses, a taxa acumulada ficou negativa em 3,6%, seguindo a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016, quando caiu 9,7%.
“Aquele cenário que a gente tinha perdas sucessivas, me parece que ele ficou para trás. Mas isso tampouco significa que o setor industrial entrou em um processo de retomada de crescimento”, ponderou Macedo.
Revisões
O IBGE revisou as taxas mensais da produção industrial de janeiro e de março deste ano. Em janeiro, segundo o órgão, a produção da idústria caiu 0,1% ante dezembro (e não 0,4%, como divulgado anteriormente). Em março, o indicador caiu 1,3% frente a fevereiro (e não 1,8% como publicado antes).
Também foram revisados os números de 2016 para os meses de maio (de 0,2% para 0,0%), junho (de 1,8% para 1,9%), agosto (de -3,3% para 3,0%), novembro (0,2% para 0,6%) e dezembro (de 2,4% para 2,0%).
Por categorias
Dentre as grandes categorias econômicas, a produção de bens intermediários foi a que mais cresceu em abril ante março (2,1%), seguida por bens de capital (1,5%). A de bens de consumo teve queda de 0,4% no período, sendo que o nicho de bens duráveis subiu 1,9% e o de semiduráveis e não duráveis caiu 0,8%.
“Com isso, esta categoria (de semiduráveis e não duráveis) completa o terceiro mês seguido de resultado negativos, acumulando uma perda de 3% no acumulado do primeiro quadrimestre deste ano”, destacou Macedo.
Entenda
Bens de capital: são aqueles usados na produção de outros bens, como máquinas, equipamentos, materiais de construção, instalações industriais.
Bens intermediários: são os comprados de outra empresa para o processo de produção, como uma bobina de aço adquirida de uma siderúrgica para a fabricação de um automóvel.
Bens de consumo duráveis: são aqueles que podem ser utilizados durante longos períodos, como automóveis e geladeira.
Bens de consumo semi-duráveis e não duráveis : os semi-duráveis podem ser considerados os calçados e as roupas, que vão se desgastando aos poucos. Já os não duráveis são aqueles feitos para serem consumidos imediatamente, como os alimentos.
Fonte: G1