Cenário dificulta aportes no setor sucroenergético

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São Paulo - A presidente da União da Indústria de Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, disse ontem que atual quadro do setor sucroenergético é "ruim e preocupante", e pode dificultar aportes em expansão.

 

Ela também defendeu a taxação da importação de etanol dos Estados Unidos, apesar de dizer que "a medida não irá recuperar o setor que passa por um momento ruim e preocupante, sem se recuperar da crise de 2010".

 

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, confirmou que o governo está discutindo impor uma tarifa de 17% sobre o combustível a base de milho comprado dos EUA. Segundo ele, o assunto será tratado no âmbito da Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

 

"Precisamos olhar com mais atenção para a questão da importação, para que isso possa se dar em pé de igualdade [com os produtores brasileiros", acrescentou o ministro, que também participou ontem do Ethanol Summit 2017, realizado na capital paulista.

 

Desde o começo do ano, as importações de etanol alcançaram 1,1 bilhão de litros, ante 813 milhões em 2016.

 

Na avaliação do diretor geral da Agroicone, Rodrigo Lima, a importação elevada se deve a combinação de entressafra de cana-de-açúcar e ao câmbio atraente, mas não deve perdurar. "É uma questão temporária e que não será um problema a longo prazo", avalia.

 

Ele comentou ainda que o setor de etanol precisa de uma política de longo prazo, nos moldes do que está em debate com o Renova Bio - política de estímulo à produção do etanol por meio da valorização de produtos com baixa emissão de carbono -, para sair do momento delicado que passa.

 

"Falta uma política para permitir o aumento da demanda por etanol e hoje não temos isso", afirma, acrescentando que "isso passa pela criação de uma política de longo prazo com base na precificação do carbono. Caso contrário, o setor vai ficar sempre tentando resolver questões pontuais, como impostos e os impactos das oscilações do preço do petróleo", pontuou o executivo.

 

A presidente da Unica também defendeu a redução do efeito estufa por meio do Renova Bio - tema que o setor sucroenergético vem debatendo.

 

Na ocasião, a diretora da área industrial e de serviços do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Claudia Prates, sinalizou a intenção do banco de fomento de tornar perene a Pro-Renova, linha de crédito voltada para a renovação de canaviais.

 

 

Fonte: DCI 


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