O nível de produção da indústria mineira avançou 13,5 pontos em maio no comparativo com abril, chegando a 53,9 pontos, segundo a Sondagem Industrial divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O indicador, no entanto, ainda não mostra recuperação do setor porque sofre o efeito calendário – maio teve mais dias úteis que abril – e veio acompanhado de índices que sinalizam desaquecimento da atividade, como recuo do emprego e acúmulo indesejado de estoque.
Quanto às expectativas para os próximos seis meses, todos os indicadores recuaram na comparação com o mês anterior, mostrando os efeitos da crise política desencadeada pelas delações envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB). “É um cenário de recuperação lenta e gradativa. E, com a instabilidade política, devemos continuar seguindo nesse ritmo”, disse a economista da Fiemg, Annelise Fonseca.
O nível de produção de maio – 53,9 – também teve elevação no comparativo com maio de 2016 (46 pontos). Além disso, foi o segundo melhor resultado do ano, ficando atrás de março, que atingiu 55,3. Nos outros meses os resultados foram: janeiro, 43,2; fevereiro, 42,2; e abril 40,4. “Percebemos oscilações fortes na produção, devido ao efeito calendário. Em relação ao ano passado, os índices estão melhores, mas ainda não podemos falar em tendência forte de recuperação”, reforçou Annelise.
De acordo com a Sondagem Industrial, o nível de emprego ficou em 47,5 pontos em maio, tendo recuo no comparativo com abril (48,3). O índice mostrou avanço de 3 pontos na comparação com maio de 2016.
Já quanto à utilização da capacidade instalada efetiva considerada usual para o mês, houve um avanço de 6,3 pontos com relação a abril, elevando o índice para 40,7 em maio. Esse é o melhor resultado desde novembro de 2014 (40,9). Ainda assim, o índice continua menor que 50, indicando ociosidade.
Os estoques de produtos finais ficaram em 50,9 em maio, enquanto em abril o índice foi de 53,2 pontos. Já o indicador de estoque efetivo/planejado ficou em 51,3 pontos no mês de maio, contra 52,5 em abril. Resultados acima de 50 pontos indicam estoques acima do planejado.
Expectativas - Os indicadores de expectativa para a atividade nos próximos seis meses quanto à demanda, exportação, matéria-prima, emprego e intenção de investimento recuaram no comparativo de junho com o mês anterior. “As empresas esperam aumento da demanda, manutenção na exportação e na compra de matéria-prima. Ainda deve haver ocorrer demissão, mas em ritmo mais lento”, explicou Annelise.
O índice de intenção de investimento para os próximos seis meses registrou 45 pontos em junho, recuo de 0,5 ponto em relação a maio. É o segundo pior índice do ano, ficando atrás apenas de janeiro, que ficou em 44,6. Os demais foram: fevereiro, 48,2; março; 46; abril 48,1.
Já a expectativa por demanda – que mede se os empresários esperam ou não aumento na demanda por seus produtos nos próximos seis meses – passou de 54,7 em maio para 52,4 em junho. O índice foi o menor do ano, mas ainda demonstra expectativa positiva, já que está acima dos 50 pontos.
Quando perguntados sobre expectativa da quantidade exportada nos próximos seis meses, os empresários esperam redução: o resultado de junho deu 49. O indicador recuou 4,2 pontos em relação à pesquisa anterior, atingindo patamar pessimista.
Para os próximos seis meses, os empresários esperam manutenção nas compras de matérias-primas, já que o índice ficou em 49,8, bem próximo dos 50 pontos. Em maio, esse indicador havia ficado em 51. O indicador de expectativa de emprego registrou 48,5 pontos em junho. Em maio, o indicador foi de 49,1 pontos.
Fonte: Diário do Comércio de Minas