Pelo menos quatro ofertas foram feitas, segundo uma fonte; apenas o Grupo Silvio Santos confirmou entrega
O prazo estabelecido para que os interessados na compra da rede Ponto Frio entregassem suas propostas encerrou-se ontem e, segundo uma fonte que acompanha as negociações, foram apresentadas entre quatro e cinco propostas. De acordo com a fonte, o prazo foi estabelecido para que a família Safra, controladora da rede, possa dar continuidade ao processo de venda, que incluiria mais uma etapa, dessa vez com apenas dois ou três concorrentes.
Entre os interessados, apenas o Grupo Silvio Santos confirmou ter apresentado sua oferta. Luiz Sebastião Sandoval, presidente do grupo, que controla as Lojas do Baú Crediário, disse que a oferta foi feita com base nos dados do balanço e da área de venda da rede. "Estamos no páreo", disse, sem revelar cifras. O executivo considerou "estranha" a modelagem para a venda da empresa. "Não foi fixado preço mínimo nem estabelecido prazo."
No mês passado, logo após o Ponto Frio ter se colocado oficialmente à venda, as Lojas Insinuante, com sede na Bahia, e as Lojas Americanas também admitiram que fariam propostas pela rede. Procuradas, as empresas não informaram se apresentaram propostas pela rede, que encerrou 2008 com 458 lojas e receita de R$ 3,4 bilhões.
PÃO DE AÇÚCAR
Ontem, o presidente do Grupo Pão de Açúcar, Cláudio Galeazzi, disse que a companhia "ainda está avaliando" fazer uma proposta de compra do Ponto Frio. "Isso é o tipo de coisa que se avalia até o último momento", afirmou. Segundo ele, as empresas de capital aberto poderiam ter vantagens no momento da negociação, por poder usufruir do mecanismo de troca de ações. "Caso venhamos a participar (do processo de compra do Ponto Frio), isso seria objeto de um outro tipo de pagamento, como troca de ações. Seria uma engenharia financeira", afirmou.
O executivo disse que o plano inicial de investimentos do grupo para 2009, que prevê o aporte de R$ 1,2 bilhão, será para o crescimento orgânico, sem destinação específica para aquisições.
Segundo Galeazzi, o mercado de varejo de bens duráveis apresenta um "vácuo", pelo enfraquecimento tanto financeiro quanto de vendas rentáveis. Ele destacou também que o foco das aquisições da empresa para 2009 seria na categoria de alimentos, mas não descartou outros segmentos.
"Temos uma participação representativa e significativa nessa linha (de produtos do Ponto Frio). Então, poderia ser um complemento, sim, em função do vácuo, mas também pelas sinergias que teríamos em termos de redução de despesas, volume de compras e negociação com fornecedores."
Veículo: O Estado de S.Paulo