Seca em SC prejudica mais a pecuária leiteira

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Já não chove há dois meses no Oeste, Meio-oeste, Norte e Planalto Serrano de Santa Catarina, conforme relatório da Defesa Civil do Estado. A estiagem que se repete no Estado já deixou 45 municípios em situação de emergência. De acordo com o diretor da Defesa Civil, major Márcio Luiz Alves, o maior prejuízo provocado pela seca é na agropecuária, principal atividade econômica dessas regiões.

 

O analista de Mercado do Centro de Socioeconomia Agrícola de Santa Catarina (Epagri/Cepa), Francisco Heiden, afirma que o maior prejuízo provocado pela seca foi a do leite. Ele estima que 25% da produção deixou de ser encaminhada às indústrias nos últimos dois meses. "Em dezembro e janeiro, os produtores entregaram 118,4 mil litros cada mês e em março e abril houve uma redução/mês de 29,6 mil litros", afirma. Heiden diz que houve uma grande perda das pastagens e produtores vêm descartando vacas leiteiras que emagreceram com a escassez de alimento.

 

A safra de milho 2008/2009 também foi afetada. A estimativa inicial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de uma quebra de 5%, mas com a estiagem, a retração foi revista para 9,6% em relação à produção anterior. Heiden afirma que, no ano passado, Santa Catarina colheu 4,08 milhões de toneladas do grão e neste ano a colheita deverá fechar em 3,60 milhões. Até o momento 72% do milho foi colhido. Além da deficiência hídrica, o milho teve uma redução de área plantada de 6,11%, de 715.774 hectares em 2007/08 para 672 mil hectares na atual safra, e queda na produtividade, de 5.713 quilos para 5.500 kg/ha.

 

A soja ganhou 3,12% de área plantada (de 373.358 hectares na safra 2007/08 para 385 mil hectares na safra 2008/09), mas a estimativa de aumento de produção, de 12,68% foi reduzida para 10,3% em função da seca, afirma Francisco Heiden. Na safra passada, Santa Catarina colheu 946 mil toneladas e para este ano, esperava-se ultrapassar 1 milhão de toneladas. Até agora, a soja foi 43% colhida. A expectativa de crescimento do rendimento médio, que era de 9,27%, também foi revista para 7,3%, em virtude da seca. No ano passado, colheu-se 2.535 quilos/ha.

 

A quebra na safra de feijão poderá chegar a 16%, diz a economista da Epagri/Cepa, Márcia Cunha Varaschin. Segundo ela, a época é de colheita da safrinha, que representa um terço da produção estadual de feijão. Com a seca, o aumento de produção previsto, de 17,14% poderá ser anulado ou muito pequeno. Para a atual safra a estimativa era de colher 46.709 toneladas de feijão e a produtividade de 1.435 kg/ha, 4,74% maior do que na safra 2007/08. Até agora, 30% do feijão da safrinha foi colhido.

 

Na maior cidade do Oeste catarinense, Chapecó, a falta de água já causou um prejuízo de R$ 11,5 milhões no setor agropecuário, segundo a Secretaria de Agricultura do município. As maiores perdas estão são na safrinha do milho, com 4,5 mil toneladas (quebra de 50%); na soja, com 6,3 mil toneladas (30%) e na produção de leite, com 510 mil litros (30%). Há perdas também no feijão, fumo, laranja, bovinocultura de corte e hortaliças.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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