São Paulo - O aumento da demanda por milho e a resistência dos produtores em negociar o grão pressionaram os preços. Entre 11 e 18 de agosto, o indicador Esalq/BM&FBovespa subiu 6,2% para R$ 27,96 a saca de 60 quilos. O valor é o maior desde 19 de maio deste ano.
De acordo com os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que divulgou o índice ontem, a valorização foi registrada nas principais regiões acompanhadas, com ênfase nas negociações no mercado disponível (entre empresas).
"Nesse contexto, compradores domésticos e exportadores acabaram tendo de elevar suas ofertas para efetivar negócios, influenciando, inclusive, no aumento dos prêmios de exportação, para compensar as baixas na Bolsa de Chicago (CME Group), nos Estados Unidos e da taxa de câmbio", pontuam os pesquisadores do Cepea, em nota.
Soja
Para a oleaginosa, por outro lado, o Cepea apurou queda de preços no mercado interno nos últimos dias. Na semana de 11 a 18 de agosto, a o indicador de soja Esalq/BM&FBovespa Paranaguá registrou retração de 1,63%, para R$ 69,48 a saca de 60 quilos na última sexta-feira. O indicador Esalq/BM&FBovespa Paraná caiu 0,75% na mesma base de comparação, para R$ 63,71 a saca de 60 quilos. Conforme o Cepea, a queda foi limitada pela firme demanda pelo grão no mercado externo, que impulsionou os prêmios de exportação no País. O recuo registrado reflete as estimativas de aumento dos estoques de passagem no País. Segundo colaboradores do Cepea, parte dos produtores, especialmente do Centro-Oeste brasileiro, têm ofertado maiores volumes do grão para liberar espaço nos armazéns para o milho da segunda safra que está sendo colhido.
A tradings aproveitaram o cenário de aumento de oferta para comprar o maior volume possível para completar as cargas, já que o ritmo das exportações está aquecido nas duas primeiras semanas de agosto, aumentando a liquidez no mercado doméstico.
Em Mato Grosso, o valor da saca de 60 quilos recuou 0,75% para R$ 52,94, segundo boletim do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Conforme o instituto, a reação do dólar não absorveu as perdas registradas na Bolsa de Chicago.
Fonte: DCI São Paulo