A colheita de trigo começou oficialmente no Paraná e pode ser prejudicada pelas chuvas, que voltaram a ocorrer nesta semana após dois meses de estiagem comprometedora para o potencial produtivo das lavouras do Estado, que é o principal produtor nacional.
"Se as chuvas forem esparsas e na semana que vem o clima estiver seco, tudo bem. Mas, se ficar nublado, a planta não vai secar, o que atrapalharia a colheita", explicou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Departamento de Economia Rural (Deral).
Conforme o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard, o oeste, o noroeste, o norte e o centro-oeste paranaenses, que concentram as plantações de trigo, devem receber chuvas pelo menos até domingo (20), com acumulados que podem passar de 30 mm por dia em algumas áreas. No sul do Estado, as precipitações devem ser mais moderadas, não ultrapassando os 17 milímetros até domingo.
Na semana encerrada nesta terça-feira (15), o Paraná colheu 1% da área cultivada de 955 mil hectares, segundo o Deral. As atividades foram registradas nos municípios de Apucarana, Cornélio Procópio, Londrina e Maringá.
Na avaliação de Godinho, as chuvas "aliviaram o déficit hídrico" e devem limitar as perdas, mas não devem reverter a quebra de produção após a seca desde junho e as geadas no mês passado. "O que foi perdido já está perdido. Mas a chuva interrompeu o processo de não enchimento das plantas", destacou.
O Paraná previa colher mais de 3 milhões de toneladas de trigo neste ano, mas após as adversidades climáticas deve colher menos de 2,8 milhões de toneladas.
Os preços da saca do cereal no Estado oscilam entre R$ 35 e R$ 36, valor estável em relação aos das últimas semanas, informou o agrônomo do Deral.
Fonte: Reuters