A indústria láctea de Minas Gerais também está sendo prejudicada pelas importações de leite do Uruguai. De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg), Celso Costa Moreira, além do aumento na produção nacional, o consumo de lácteos vem caindo pelo terceiro ano consecutivo, em função do alto nível de desemprego e da queda na renda das famílias.
Em um mercado com a oferta maior que a demanda, o ingresso de leite e de produtos lácteos de outros países no Brasil é prejudicial. Moreira destaca que no ponto de vista econômico, a situação de depressão dos preços acaba desestimulando a produção primária, uma vez que o produtor acaba tendo uma renda insuficiente para cobrir os custos, provocando reflexos severos e danosos no futuro da produção.
"Os preços baixos provocam a saída dos produtores da atividade, a redução da oferta e a elevação dos preços. Do lado da indústria, a margem negativa que o setor vem registrando no leite em pó, no leite longa vida e na muçarela acaba retirando as indústrias da atividade, provoca redução expressiva nos investimentos e redução de empregos", disse Moreira.
Moreira destaca ainda que a suspensão das importações é importante, mas não vai resolver o problema do setor lácteo. "A decisão vai ter uma participação importante no mercado, reduzindo a oferta e contribuindo para a recuperação dos preços. Mas a produção de leite precisa ser mais eficiente, precisamos ampliar o teor de sólidos para que nosso leite acompanhe a produção de outros países mais competitivos e possa concorrer no mercado internacional".
Fonte: Diário do Comércio de Minas