São Paulo - A produção de milho no Mato Grosso deve recuar até 17% na temporada 2017/2018 em relação à anterior, quando foram produzidas 30,4 milhões de toneladas. A retração é resultado do atraso no plantio da soja na safra de verão, causado pela falta de chuva em algumas regiões do Estado.
"Acreditamos que neste ano a produção deve ficar entre 25 e 27 milhões de toneladas", estima o diretor financeiro da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja/MT), Nelson Luiz Picolli.
A estimativa da associação está um pouco mais positiva que a divulgada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) no começo deste mês, quando a entidade projetou recuo de 18,7% na produção, para 24,7 milhões de toneladas.
Picolli defendeu a necessidade de uma revisão da projeção de milho do Estado. "Nós tivemos praticamente zero de lucratividade no milho na safra passada pelo excesso de produção. Temos que calcular a demanda para nos adequarmos a um plantio condizente com esta realidade".
O proprietário da Fazenda São José, em Mato Grosso, Otávio dos Santos, optou por não plantar milho nesta safrinha. "No ano passado, a produção não pagou o custo e neste ano, com o atraso no plantio da soja, o risco de plantar o grão é maior", explica. "É preferível não plantar do que ter prejuízo", salienta.
Apesar do atraso no plantio, a área de soja não deve registrar problemas no Estado, que tem 95% da área plantada, prevista em 9 milhões de hectares. A produtividade média do Mato Grosso deve ficar entre 54 e 56 sacas por hectare.
Para todo o território nacional, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estima uma produção em torno de 108 milhões de toneladas da oleaginosa.
Soja Plus
A partir da próxima semana, o Soja Plus, programa que orienta sobre a adequação a regras sócio-ambientais na produção da oleaginosa, passará a atender 100 produtores de Goiás. O anúncio foi feito ontem, durante o 7º seminário Soja Plus.
A expansão do programa para o Estado terá apoio financeiro da Cargill. O Soja Plus já atende produtores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia. Os quatro Estados respondem por 75% da produção brasileira da oleaginosa. "Se conseguirmos mais para frente chegar ao Paraná, alcançaremos 90% do País", revela o coordenador nacional do programa, Bernardo Pires. A ação completa sete anos em 2017 e já chegou a 1,3 mil produtores a campo (que respondem por 10% da produção nacional) e 5,4 mil produtores participaram dos cursos sobre as legislações ambiental e trabalhista.
Com apoio de entidades dos quatro Estados, já foram investidos R$ 20 milhões no projeto desde a criação do programa.
Fonte: DCI São Paulo