Após uma grande produção de laranja em 2017/18, as primeiras indicações são de que a safra 2018/19 em São Paulo e no Triângulo Mineiro pode ser novamente de “oferta controlada”, o que tem afetado o interesse de venda de produtores.
“Isso porque, com o clima desfavorável durante o ‘pegamento’ dos chumbinhos da primeira florada (a principal), que dariam origem às frutas da próxima temporada, perdas foram relatadas em três das quatro principais regiões produtoras de citros de São Paulo”, afirmou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em nota nesta quinta-feira (11).
A avaliação do Cepea aponta para menor oferta da fruta para a indústria de suco do Brasil, maior exportador global do produto, diferentemente do que aconteceu na temporada 2017/18, quando o setor aproveitou boa disponibilidade para recuperar estoques em níveis baixos.
“Além da previsão de menor oferta de matéria-prima em 2018/19, há de se considerar que a recuperação de 93% nos estoques de suco de laranja nas processadoras paulistas em junho de 2018 ainda não sinaliza excesso de oferta de suco. A safra volumosa será suficiente apenas para amenizar os estoques baixos de 2016/17”, avaliou o Cepea.
A colheita da safra 2018/19 para a indústria processadora começa em junho.
O Cepea acrescentou que novas florações no fim do ano passado podem amenizar as perdas ocorridas na temporada 2018/19, caso a fixação das flores e frutos seja satisfatória.
O primeiro relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) referente à próxima safra brasileira de laranja, divulgado em dezembro, indica produção de 320 milhões de caixas de 40,8 kg em 2018/19, queda de 19% em comparação com 2017/18, citou o Cepea.
Em dezembro, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estimou a safra 2017/18 em 385,2 milhões de caixas, alta de 57% ante o registrado na temporada anterior.
“Embora seja cedo para qualquer dimensionamento (sobre 2018/19), produtores consultados pelo Cepea apostam em redução ainda mais intensa”, afirma a análise do centro de pesquisas.
Fonte: Reuters