São Paulo (Reuters) - A rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo inicia nesta terça-feira a operação de sua primeira loja física digital, introduzindo tecnologias com as quais espera conseguir ganhos de produtividade de 25 a 30 por cento.
“O varejo está se transformando...Essa loja digital servirá como um laboratório para testarmos soluções”, disse à Reuters Marcelo Nogueira, diretor do modelo de vendas da Via Varejo, que reúne as bandeiras Casas Bahia e Pontofrio e é controlada pelo GPA.
A unidade inaugurada no Shopping Vila Olímpia, em São Paulo, disponibiliza todos os produtos à venda no comércio eletrônico do Pontofrio, alguns fisicamente e outros por meio de realidade virtual, com vitrines e prateleiras interativas que mostram diversos itens por dentro e por fora em tamanho real e permitem aos clientes acessar informações técnicas.
De acordo com Nogueira, a Via Varejo planeja abrir mais uma ou duas lojas físicas digitais neste ano, com gestão parecida à do site. “Uma será de rua em São Paulo e a outra possivelmente no Rio de Janeiro”, afirmou o executivo.
Ele não quis informar o total investido nesse novo formato, mas citou uma diferença “marginal” de apenas um dígito em relação ao conceito “smart”, lançado no fim do ano passado para substituir gradativamente o modelo convencional.
As lojas smart ocupam uma área cerca de 30 por cento menor que a média atual de 900 a 1.100 metros quadrados em uma unidade tradicional da Via Varejo, com menor mostruário físico de produtos devido ao uso de terminais conectados à Internet.
A empresa planeja abrir 70 a 80 novas lojas já no conceito smart neste ano e concluir até o fim de 2019 a conversão das 966 lojas convencionais, disse Nogueira. Mas segundo o diretor de Tecnologia da Informação, Marcos Teixeira, todas as unidades já terão infraestrutura de tecnologia adequada para o formato até meados de 2018.
Às 15:36, as units da Via Varejo, que passaram a compor a carteira teórica do Ibovespa este mês, cediam 0,58 por cento, cotadas a 24,08 reais. Em 2017, acumularam alta de quase 130 por cento.
Questionados sobre o controlador GPA, que colocou à venda sua participação de 43 por cento na Via Varejo, os executivos ressaltaram que o processo não interfere na estratégia de negócios e que a rede de móveis e eletrodomésticos seguirá focada em iniciativas para melhorar a experiência de compra e sua eficiência operacional.
Entre as medidas para reduzir o tempo de entrega e priorizar a conveniência do cliente, eles destacaram que agora é possível retirar os produtos no balcão dos Correios ou armários em postos de gasolina. Por enquanto, essa opção estará disponível em cerca de duas semanas para 43 agências dos Correios em 11 Estados e quatro postos de gasolina em São Paulo.
Para 2018, Nogueira afirmou a expectativa da Via Varejo é positiva, especialmente para o primeiro semestre, quando a Copa do Mundo tende a impulsionar as vendas de televisores e outros eletrônicos. “O segundo semestre vai ser uma incógnita um pouco maior”, disse ele, citando, entre outros motivos, a disputa eleitoral.
O executivo ressaltou que ainda não vê mudança na postura dos bancos na concessão de financiamento aos consumidores, embora a economia já esteja mostrando sinais de melhora. “O cliente vem mais às lojas e os níveis de conversão de vendas estão maiores...A tecnologia ajuda nesse sentido e o cliente chega com uma decisão de compra mais madura”, afirmou Nogueira.
Fonte: Reuters