A greve dos caminhoneiros está causando prejuízos tanto para a indústria quanto para o varejo de alimentos. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 167 fábricas do segmento em todo o País estão sem funcionar. O problema afeta gigantes como a JBS e a BRF. As exportações que deixaram de ser realizadas durante os sete dias do movimento somam US$ 350 milhões (R$ 1,25 bilhão), aponta a associação. Sem produtos perecíveis para vender, o setor de supermercados estima que o prejuízo dos varejistas no Brasil já supere a marca de R$ 1,3 bilhão, sendo cerca de R$ 400 milhões somente em São Paulo.
A associação das indústrias afirma que, a partir da normalização do transporte no País, serão necessários dois meses para que a distribuição dos produtos seja normalizada. Segundo o superintendente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Carlos Corrêa, cerca de 80% dos varejistas tiveram o abastecimento de itens perecíveis afetado. Hoje, os perecíveis respondem por 36% das vendas dos supermercados. Na conta entram frutas, verduras, legumes, laticínios e carnes in natura.
Além dos prejuízos e das fábricas paradas, as fabricantes de alimentos – que processam bovinos, suínos e aves – também estão sofrendo com a dificuldade para alimentar os animais, uma vez que a paralisação do transporte afeta o acesso a insumos. Por isso, a associação que reúne fabricantes disse que cerca de 1 milhão de aves correm risco de morte. Cerca de 20 milhões de suínos também estariam recebendo alimentação insuficiente.
A entidade disse que 64 milhões de pintinhos e frangos já morreram no País – e a conta só deve aumentar. A ABPA diz que falta espaço nas granjas. “Todos os dias nascem 21 milhões de pintinhos no Brasil – se as unidades não são esvaziadas, não há como criá-los”, diz Ricardo Santin, diretor executivo da ABPA. O executivo diz que a questão é mais grave na Região Sul, líder na produção de aves.
Fonte: O Estado de São Paulo