De frango orgânico a salsicha vegana, marcas de nicho buscam mais espaço

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Fabricantes de alimentos focadas em nichos específicos estão diversificando a produção para ampliar o público-alvo. Os lançamentos vão de cortes de carne de frango não-transgênicos a opções voltadas para vegetarianos, à base de proteína de ervilha.

 

A Superbom projeta avanço de 10% do faturamento neste ano com o lançamento de novos produtos, como o filé de frango vegetariano, feito à base de proteína de ervilha. Com foco em produtos saudáveis e conhecida por opções veganas, a empresa decidiu ampliar sua atuação e expandir os produtos também para vegetarianos, com um investimento de R$ 8 milhões no desenvolvimento da nova linha, incluindo maquinário e pesquisa e desenvolvimento. Ao todo, a fabricante lançou 13 opções entre salsichas, mortadelas, nuggets, hambúrgueres e cortes de frango vegetarianos.

 

Segundo dados divulgados recentemente pelo Ibope, 14% dos brasileiros se declaram vegetarianos, o equivalente a 30 milhões de pessoas. Já de acordo com a Euromonitor, o mercado de alimentos voltados a esse público deve movimentar R$ 49,4 bilhões em 2021. “Nossa proposta é auxiliar o consumidor neste processo de transição para uma alimentação livre de proteína animal”, diz o diretor-geral da Superbom, Adamir Alberto.

 

Com a linha de produtos congelados, a empresa, que até então trabalhava com alimentos enlatados, pretende chegar ao food service e também ampliar as vendas no Brasil, bem como expandir as exportações. “Estamos com negociações bastante avançadas com países do Mercosul. Esperamos enviar o primeiro contêiner em julho”, afirma Alberto.

 

Além do orgânico

 

Também focada no mercado de alimentação saudável, a brasileira Korin espera um crescimento de pelo menos 15% neste ano. De acordo com o diretor industrial da empresa, Luiz Carlos Demattê Filho, a competição aumentou consideravelmente no segmento em 2017 e a companhia registrou um crescimento mais modesto do que o habitual, de 7%.

 

Segundo ele, os planos de expansão da Korin estão amparados em duas frentes. A primeira é uma ação de venda mais consistente, que demonstre de forma clara e diretamente ao consumidor os atributos dos alimentos. “Esse esforço já teve um resultado maior do que o esperado no primeiro trimestre”, destaca.

 

A segunda aposta é o lançamento de novos produtos, como os cortes de frango e ovos não-transgênicos. A empresa já atua no segmento de orgânicos e com animais livres de antibióticos e promotores de crescimento. Agora, passa a oferecer carne de frangos alimentados com grãos que utilizam defensivos no processo produtivo, mas que se diferenciam por não serem geneticamente modificados.

 

“Desta forma, buscamos consumidores que já assimilaram esse conceito de alimentação saudável e que começam a fazer a transição para produtos a partir de opções que não são exatamente orgânicas, mas têm aderências com esses princípios”, explica.

 

Além de questões como o aumento do custo de grãos e da maior competição com o frango convencional nas prateleiras – cuja oferta aumentou no primeiro trimestre com a restrição de importações por países da União Europeia –, pesou para esta estratégia o fato de que os produtos orgânicos têm uma série de gargalos na cadeia de produtiva. Um deles é a carência de grãos em grande volume, o que impede a empresa de produzir todo o alimento com esse conceito.

 

A Korin projeta o abate de sete mil aves neste ano, alta de 8% em relação a 2017. Conforme Demattê Filho, o lançamento é parte de uma estratégia de diversificação. Há três anos, a venda frangos respondia por 87% do faturamento da empresa e hoje representa 64%. A pecuária orgânica e sustentável é atualmente o segundo principal produto da empresa, seguido dos ovos orgânicos e de galinhas criadas fora de gaiolas. Em outubro, a Korin passa a vender tilápias. “Essa diversificação de cadeias produtivas é significativa para o nosso negócio.”

 

Fonte: DCI

 


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