Se ontem e anteontem a greve dos caminhoneiros gerou uma corrida a postos de combustíveis, com consumidores temendo o desabastecimento, movimento semelhante já começa acontecer nos supermercados. E esses comércios já registram falta de produtos, principalmente de perecíveis, como hortifrúti e lácteos. Para os demais itens, os estoques devem durar sete dias em média, segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis).
Outro exemplo é o da panificação, com alguns comércios alterando a oferta de produtos na Capital, como padaria Hangar dos Pães, na Pampulha, que diminuiu a produção de pudins, em virtude da falta de ovos - principal ingrediente do doce - no mercado.
Presidente da Associação Comercial da Ceasa Minas, Emílio Felix disse que a situação é bastante crítica. Ele informou que diariamente circulam pela Ceasa cerca de 1.200 caminhões, número que caiu para 100 ontem. "Já temos falta de ovos, arroz, açúcar e hortifrúti em geral", disse.
Em Belo Horizonte, o Carrefour chegou a limitar a venda de produtos a cinco unidades por pessoa. Segundo a rede, o abastecimento segue sem muitos problemas, mas que busca alternativas para atender o maior número de clientes. A empresa vem recorrendo a fornecedores locais.
Com lojas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Decisão Atacarejo registrou maior movimento de consumidores, principalmente de pequenos comerciantes querendo reforçar estoques, segundo informou o diretor comercial e de marketing, Leonardo Vilaça. Ele disse que o grupo também vem limitando algumas vendas para conseguir atender a maior número de clientes. Segundo Vilaça, já há falta de mercadorias, principalmente do hortifrúti e derivados do leite. Além disso, foi registrada alta de preços de alguns itens, como a carne vermelha e frango.
Diretor comercial do Super Nosso, Ronaldo Peixoto informou que as lojas da rede ainda não sofreram desabastecimento. "O estoque é suficiente para durar de cinco a sete dias", disse. Mas ele reconhece que o Centro de Distribuição, em Contagem (RMBH), não está sendo abastecido. A rede tem 43 unidades na Capital e região metropolitana.
As panificadoras vêm buscando formas de evitar prejuízos aos clientes. Presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinícius Dantas disse que os empresários estão realizando troca de mercadorias, como ovos e leite, por meio de grupos de whatsApp.
Supervisora de produção da Hangar dos Pães, na Pampulha, Joinglis Rosa informou ontem que o comércio tem enfrentado dificuldade de encontrar ovos. "Estamos procurando nos pequenos comércios", disse. O jeito foi reduzir a produção do pudim, doce que gasta muitos ovos.
Fonte: Diário do Comércio