Indústria de leite à espera de vacas gordas

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Com a crise, mercado interno é a grande aposta do setor de laticíniosMesmo na crise, é preciso comer, e essa evidente constatação tem ajudado a blindar a indústria de alimentos contra o período de vacas magras do mercado pós-turbulência.

 

Apesar de uma dieta nos gastos dos consumidores, o setor deverá ser o primeiro a sair da crise. E alguns segmentos esperam até transformar o limão em bebida láctea: um dos 10 maiores produtores de leite do mundo, o Brasil poderá ter aumento no consumo doméstico do produto neste ano, como efeito da substituição de alimentos mais caros por artigos de consumo básico.
– O Brasil é o país do futuro no segmento de leite e derivados – diz Luís Fernando Ceribelli Madi, diretor do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), um dos organismos que endossam a 6ª TecnoLáctea & Sorvetes, feira de tecnologia para o setor que a Brasil Trade Shows (BTS) realiza desde ontem em São Paulo.

 

A indústria brasileira de laticínios avança numa engorda constante: em 10 anos, a produção aumentou 70%, alcançando 27,08 bilhões de litros de leite em 2008. Tanto quanto no volume, o setor teve evolução de qualidade, diz o superintendente da BTS, Marco Antônio Mastrandonakis: do total produzido no país no ano passado, 19 bilhões foram monitorados pelo Serviço de Inspeção Federal, 75% mais ante o percentual de uma década atrás.

 

O mercado interno é a grande esperança do setor, já que as exportações sentem desde agosto os respingos do protecionismo externo e da recessão em alguns países. Sobretudo no segmente de leite em pó, que vinha sendo a grande aposta dos novos investimentos realizados ou projetados para o país – também no Rio Grande do Sul.

 

Para a ponta dos produtores, as perspectivas de melhora têm horizonte um pouco mais esticado: o campo amarga o refluxo dos anos dourados de 2007 e 2008, quando os preços dispararam. O recuo da cotação encolheu as margens de lucro em toda a cadeia, azedando os humores, além de quebrar alguns produtores e até empresas.

 

Mas os especialistas apostam em uma temporada mais cremosa à frente. Com o encolhimento da produção de grandes players globais, o Brasil pode encorpar sua presença entre os principais fornecedores de leite na próxima década, ao lado de Argentina e Estados Unidos. Num cenário menos imediato, o leite pode ser o próximo produto de boom externo do agronegócio verde-amarelo, seguindo o rastro da soja e da carne. Mas, para ordenhar bons resultados na próxima temporada, o setor terá de se segurar durante o aperto e manter os investimentos.

 

Veículo: Zero Hora - RS


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