Venda menor de brinquedos faz loja temer o Dia da Criança

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Lojas especializadas brinquedos sentem os primeiro sinais de que os artigos infantis devam ficar mais tempo nas prateleiras do que o desejado, pois no primeiro quadrimestre as vendas caíram cerca de 4% a 6%, se comparadas com 2008. Com este cenário, lojistas do setor preveem fraco desempenho para o Dia da Criança e um crescimento perto do nulo no fechamento do ano. Uma das medidas que algumas redes começam a adotar é adiar compra de novos estoques para a segunda data mais importante em vendas no setor, depois do Natal.

 

Com 15 lojas, a rede Bmart Brinquedos viu um primeiro quadrimestre ruim. Na média, vendeu 20% no período. Para Carivaldo Souto, diretor da rede, neste ano, o Dia da Criança não deve ser dos melhores. "Para essa data, vamos trabalhar com produtos de valor agregado nas gôndolas entre 5% e 10% menor que ano passado. As promoções já começam em setembro e vamos fazer link com o Natal."

 

Souto diz que apesar de as negociações com a indústria estarem mais fáceis e os produtos, mais baratos, a intenção é adiar as compras que deviam ser feitas entre abril e maio (quando acabam as feiras de brinquedos da China e do Brasil), para junho. "Evitamos compromissos imediatos. Alguns produtos, principalmente o nacional, estão mais baratos. Vamos apostar mais em produtos sem licenciamento, pois estes estão muito mais caros." Outra previsão é abrir apenas duas lojas das seis que havia planejado para este ano. "Creio que o lucro deva cair 10% este ano. Os estoques de brinquedos do primeiro trimestre estão parados ainda. Há muita movimentação nas lojas, mas pouca venda consolidada."

 

Na concorrente Ri Happy, o cenário é mais otimista. Na visão de Ricardo Sayon, diretor comercial, o cenário é de normalidade e deve-se ter cautela nas projeções. "Devemos começar as negociações aqui no Brasil neste mês ou, no máximo, no próximo." Nos dois primeiros meses do ano, a rede manteve estabilidade nas vendas, mas entre março e abril registrou queda de 4% a 8%. "Esperamos um Dia da Criança, em termos de valores, perto do que foi o do ano passado. Sem dúvida é uma queda, pois não se tem o registro da inflação para medir o crescimento real. Pode ser que o ano acabe sem crescimento."

 

A esperança do executivo é que economia se aqueça no segundo semestre. "Esperamos uma economia mais sossegada. Não há dúvida de que as taxas de crescimento sejam menores este ano. Vendemos um tipo de mercadoria em que os consumidores necessitam estar empregados." O diretor disse que a campanha de mídia começa no dia 26 de setembro e deve contemplar mídias como a impressa e a TV.

 

Contraponto

 

Com estoque cíclico de três meses, a rede PBKids parece mais otimista que as duas concorrentes e pretende ver crescer 15% o seu faturamento bruto. Celso Pilnik, diretor da rede, disse que as compras para o Dia da Criança ainda não começaram. "Agora compramos para o segundo trimestre e em junho elaboraremos nosso planejamento de compras para a data. A importação é feita no primeiro semestre: já fizemos 80% dos pedidos."

 

Quanto ao plano de expansão a PBKids mantém o ritmo e no mês passado, inaugurou três lojas (Shopping Paralela, Caxias Iguatemi e Manauara Shopping). "Ainda vamos abrir mais lojas este ano, uma na Daslu, em São Paulo, no Shopping Belém e uma loja no Barra Shopping, no Rio de Janeiro. "Faremos a ampliação da loja no Shopping Anália Franco em São Paulo, onde ampliaremos a loja que é pequena e passará para uma loja de 1000 m²", ressalta.

 

Importações

 

Eduardo Benevides, presidente da Associação Brasileira dos Importadores e Exportadores de Brinquedos e Produtos Infantis (Abrimpex), disse que as importações de brinquedos estão praticamente estáveis. "Se tivermos crescimento este ano, a taxa será de 5% a 8%, e pode não haver. Os importadores puxaram o freio no mês de abril e isto prejudicou o quadrimestre."

 

De acordo com a Abrimpex, no 1º trimestre deste ano se importaram US$ 66 milhões, ante US$ 62 milhões em 2008. "Não vamos igualar o ano passado, quando importamos US$ 419 milhões, ante US$ 334 milhões de 2007." Segundo ele, alguns expositores da feira do setor realizada da China tiveram aumento de 20% a 30% nas vendas. "Percebemos que empresas com maior mix conseguiram vender mais que em 2008. Na feira da China havia menos pessoas de EUA e Europa e mais de países como o Brasil."

 

Procurado, o Carrefour disse que ainda não tem novidades para a data, porém, os executivos da rede estiveram, no mês passado, na China para iniciar negociações com os fornecedores. O Pão de Açúcar e o Wal-Mart não se manifestaram sobre o assunto.

 

Veículo: DCI


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