A Klabin está colocando em prática um plano para reduzir os custos fixos e manter a disciplina financeira para proteger o caixa da empresa, informou hoje o diretor-geral da empresa, Reinoldo Poernbacher. Uma das medidas será a de aumentar a participação das florestas plantadas com recursos de terceiros para cerca de 50% do total utilizado pela empresa em 2009, o que deve gerar uma retenção de R$ 50 milhões de recursos da companhia durante o ano. Apesar desse aumento, a empresa terá apenas metade da área plantada que era de 22 mil hectares e passará a contar com apenas 12 mil hectares.
Outra medida tomada é a redução da compra de madeira de terceiros, que alcança volume de cerca de 70 mil toneladas mensais e deverá passar a 10 mil toneladas. Com essa redução a intenção é de economizar mais R$ 1,5 milhão ao mês.
Apesar dessas medidas de contenção, Poernbacher afirmou que a terceirização das florestas será uma medida que será mantida para o futuro mesmo com a recuperação da atividade econômica, principalmente no Paraná. Com isso, a empresa espera, em 10 anos, ter um Ebitda menor, e manter a produtividade, pois os investidores terão um contrato de garantia de compra da madeira produzida, e acesso ao material genético que a empresa desenvolveu para obter o nível atual de custo que será semelhante ao da empresa, o executivo não revelou esse número.
Investimentos
A meta da Klabin é de investir cerca de R$ 300 milhões, principalmente nas áreas operacionais e de segurança. Desse valor, Poernbacher disse em teleconferência a jornalistas que a empresa já aplicou R$ 83 milhões. Mesmo com a crise, o diretor disse que a fábrica de celulose prevista para entrar em operação em 2015, com capacidade de produzir 1,3 milhão de toneladas anuais continua, assim como a nova máquina de papel cartão, essa para produzir 400 mil toneladas ano na unidade de Monte Alegre (MG).
O executivo disse ainda que a empresa se concentrará na redução do endividamento líquido e no aumento da geração de caixa, que hoje é de R$ 1,6 bilhão, e nos próximos dois a três anos fazer frente ao cenário adverso. Hoje, a dívida total da empresa soma R$ 5,3 bilhões. Nos três primeiros meses do ano a empresa apresentou lucro de R$ 29 milhões, um avanço ante dois prejuízos seguidos nos dois últimos trimestres de 2008, mesmo após apurar receita líquida de R$ 722 milhões, queda de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Veículo: DCI