Depois de amargar queda superior a 25% do volume no fim do ano passado e início deste ano, os produtores de resinas plásticas já veem sinais de recuperação nos meses de março e abril. Agora, eles avaliam que as vendas poderão atingir os mesmos níveis encontrados em 2008 ou até mais. Com os estoques na cadeia do plástico praticamente normalizados, as empresas já sentem uma retomada da demanda interna, prevendo um forte aquecimento do mercado no segundo semestre.
"Não há mais crise no setor de resinas", diz o presidente da Braskem, Bernardo Gradin. Segundo o executivo da maior petroquímica brasileira, o volume de estoques está se normalizando. "Os volumes em março e abril estão regulares."
A Braskem avalia que seus clientes voltaram a comprar, embora estejam operando com volume de estoques mais baixos do que antes da crise, de 10 dias, cinco a menos do que na época. Mas a petroquímica já avalia que os pedidos estão crescendo num ritmo mais acelerado. Durante a Brasilplast, feira do plástico, realizada nesta semana em São Paulo, Gradin afirmou que a reação do mercado até o fim do ano será maior, prevendo um resultado positivo para 2009.
"O mercado deve se igualar ao ano passado", diz o diretor comercial de plásticos da Dow Brasil, Diego Donoso. "Mas há um potencial de surpresa que pode ser intensificado no fim do ano." Segundo o executivo, as vendas foram regularizadas em março aos mesmos níveis de 2008, indicando uma reposição de estoques com preços mais baixos depois da queda do preço dos derivados de petróleo.
A crise financeira, que derrubou os preços das resinas plásticas, obrigou as petroquímicas brasileiras a paralisarem suas fábricas no fim do ano passado, de forma a atender uma demanda menor. Esse período de desestocagem, que levou alguns meses, está chegando ao fim, diz Donoso. "Até junho, esse processo terá terminado."
O mercado poderá ser afetado com a entrada em operação da nova capacidade de polietilenos da Quattor, no fim do primeiro trimestre - serão mais 230 mil toneladas anuais. "A reação do mercado doméstico é fundamental não só para absorver a capacidade, mas também para viabilizar o investimento", diz Vitor Mallmann, presidente da Quattor, controlada pela Unipar. O setor teve suas margens reduzidas ao aumentar suas exportações para manter suas plantas em operação. Com a retomada da demanda interna, a rentabilidade deve ser recuperada.
Veículo: Valor Econômico