Na estratégia de investir em produtos para a saúde e o bem estar e garantir melhores margens de rentabilidade a Philips decidiu fortalecer a presença no mercado brasileiro de purificadores de água. Até agora a empresa oferecia no País um sistema para ser acoplado em torneiras, que faz parte do portfólio internacional da companhia. A versão, entretanto, tem restrições técnicas no Brasil. Necessita de sete metros de coluna de água para operar com eficiência. Entre 65 e 70% das residências brasileiras não atendem essa especificação, informou o vice-presidente da área de consumo e estilo de vida da Philips no Brasil, Paulo Ferraz.
Para aumentar a competitividade neste mercado, a empresa desenvolveu para o Brasil um purificador de parede que armazena água e dispensa o parâmetro anterior. O desenvolvimento teve como base o centro de pesquisa da companhia na Holanda e a expectativa da empresa é dobrar as vendas nesse segmento ainda neste ano.
Para tanto, a Philips destaca entre os diferenciais do produto um sistema de trava - que impede a saída de água se a mesma não estiver devidamente purificada, indicando a necessidade de troca do refil do sistema de filtragem - e o fato de o aparelho não necessitar de energia elétrica para operação.
De acordo com Ferraz, trata-se de um mercado que cresce cerca de 20% ao ano e trabalha muito com venda porta a porta. A Philips vai manter o sistema de venda pela rede varejista do País.
O mercado de purificação de água movimenta aproximadamente R$ 700 milhões, informou Ferraz. Desse total, 60% são filtros de barro, 23% de torneira, 14% de parede e 2% são outros tipos de aparelhos. Entretanto, apenas 43% dos lares brasileiros têm algum sistema de purificação de água, informou o executivo, demonstrando o potencial de crescimento para a categoria no Brasil, que junto com Índia e China tem esse mercado entre os focos da companhia.Fabricado pela empresa na unidade de Varginha (MG), o produto receberá investimento de US$ 3 milhões em campanhas de comunicação. A meta da companhia é estar, em dois anos, entre os três participantes mais importantes deste nicho de mercado. O primeiro foco é o Brasil, mas o aparelho pode ser exportado. Hoje a Philips exporta a partir do País apenas liquidificadores, a venda externa representa 20% da produção nacional do aparelho.
A estratégia da empresa para sair dos aparelhos hoje considerados commodities, como o liquidificador, inclui ainda o purificador de ar, que deve ser o próximo reforço no portfólio da Philips brasileira, Hoje a empresa conta com 32 categorias. Essa diversificação incluiu a entrada no segmento infantil com uma linha que vai de chupetas até bolsas térmicas e aquecedores de mamadeiras.
Cenário
Ferraz informou que, exceto a venda de televisores LCD, os negócios estão difíceis neste início de ano. Mas disse que as ações do governo devem movimentar o mercado a partir do terceiro trimestre. A dificuldade de crédito e a volatilidade do dólar são dois fatores que impactam significativamente o setor eletro e eletrônico, que tem 85% de suas vendas financiadas e 90% do custo atrelado ao dólar.
A Philips trabalha com previsão da moeda norte-americana cotada na faixa de R$ 2 a R$ 2, 05 para o final do ano. Ferraz informou que alguns preços foram reajustados, mas em outras categorias não foi possível o acerto.
Veículo: Gazeta Mercantil