Crise mundial avilta receita das exportações de frutas até abril

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O agravamento da crise mundial e a quebra na safra de algumas culturas aviltaram a receita das exportações de frutas até abril. Com a recessão, importadores passaram a exigir redução nos preços para manter o volume de compras estáveis. Para não perder a carga altamente perecível, os produtores aceitaram a redução nos preços e mantiveram o volume embarcado praticamente no mesmo patamar. Além disso, especialistas acrescentam que algumas frutas tiveram problemas de colheita, fato que teria contribuído para reduzir a oferta no mercado.

 

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), a receita dos embarques até abril recuou 18,8%, para US$ 139 milhões. Já o volume embarcado somou 240,6 mil toneladas, queda de 5,9%. As maiores quedas em volume foram observadas na uva (-90%), kiwis (-71%) e goiabas (-28%). O reflexo de pressão nos preços foi notado na maçã (-17% receita e -2% em volume) e no limão (-33% em receita e - 4,8% em volume).

 

Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Ibraf, revela que embora os números sejam negativos, não há informações de piora no cenário segundo informações de exportadores. "Parece que a demanda está voltando aos poucos com menos intensidade. Agora é difícil dizer até que ponto haverá recuperação". Nas práticas comerciais, prosseguiu, ninguém está se comprometendo com compras de longo prazo. "A tendência será buscar produtos sem ficar com estoques muito altos. Mas são tendências de reequilibro e recuperação, não significam diminuição de consumo", completou .

 

No caso da uva, Fernandes explica que houve redução de duas safras para uma safra anual. Conforme disse, trata-se de redução de custo. Mesmo assim, a perspectiva é de mercado aquecido para a cultura neste ano.

 

"A expectativa de quebra na safra de uva dos Estados Unidos deve abrir novas oportunidades para o produtor brasileiro. Acredito que as exportações neste ano serão positivas", acrescentou Arthur Souza, diretor da Valexport, que atua na região do Vale do São Francisco. Conforme disse, a situação é exatamente oposta ao ano passado, quando a colheita foi recorde naquele país. À época, os preços recuaram até 77% por causa do excesso de oferta, com a caixa (8,2 quilos) recuando do patamar máximo de US$ 35 para até US$ 8. No mercado interno, ele conta que o excesso de chuvas está prejudicando a qualidade da fruta. Segundo disse, os preços estão 20% abaixo do normal, sendo negociado por R$ 2,00 a caixa. A exportação de uvas da Valexport atingiu 20 milhões de caixas no ano passado.

 

A análise contraria o estudo realizado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), que calcula crescimento de mais de 200% na renda dos produtores de uva. Fernandes, do Ibraf, explica que um hectare de uva permite boa rentabilidade. "Se for plantada no período correto, é muito rentável. Porém o produtor tem que ser muito tecnificado. É um dos cultivos que recomendamos, principalmente para agricultura familiar". No entanto, observa que os preços estão menores, uma vez que o custo de produção aumentou, com combustíveis e insumos mais caros.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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