General Brands, de sucos, planeja crescer com chocolates

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Maracanã, final da Copa do Brasil de 2004. Santo André 2 a 0 contra o Flamengo. Foi nessa partida, transmitida em cadeia nacional, que a marca de sucos em pó Camp - estampada na camisa do time azarão - ficou nacionalmente conhecida. O prestígio trouxe resultados à fabricante General Brands, que naquele ano viu seu faturamento saltar de R$ 40 milhões para R$ 70 milhões e teve sua imagem consolidada como fabricante de refrescos em pó. E assim seguiu, no mesmo segmento, lançando em 2007 sua linha de sucos prontos para beber. Mas em 2009 a General Brands decidiu dar um passo além, para tornar-se uma companhia de alimentos. "Estamos lançando nossa linha de chocolates, sobremesas e creme de avelã", diz Isael Pinto, presidente da empresa, com sede em Guarulhos (SP).

 

A virada aconteceu em agosto do ano passado, quando a empresa comprou 50% da Divino Sapore, fabricante de chocolates de Campo Grande (MS). A Divino Sapore já fabricava há alguns anos - por meio de terceirização - o chocolate granulado que a GB vendia. "Junto com a linha de sucos, tínhamos também uma pequena produção de balas e confeitos, dentre eles esse chocolate granulado. Mas o negócio principal sempre foi o de bebidas", diz. Ainda hoje, 60% das vendas da GB vem de sucos.

 

O interesse em entrar no mercado de chocolates surgiu em meados do ano passado, durante uma visita à Divino Sapore. "Naquela ocasião, vi que 60% da produção da fábrica era do nosso granulado", relembra o presidente da GB. "Aí me ofereci para comprar metade da empresa."

 

Nos oito meses seguintes, apesar da crise que atingiu a economia internacional, Pinto manteve os planos de investimento em novos equipamentos para a unidade. Tudo com linhas de crédito que havia contratado antes do estouro financeiro mundial (o valor da compra não foi revelado). "Claro que fiquei com frio na barriga. Mas continuei trabalhando", lembra ele.

 

No mês passado, entretanto, Isael Pinto teve outra ideia ousada: adquirir os 50% restantes da Divino Sapore. "A crise não veio tão forte como se esperava. Só nos primeiros quatro meses do ano, as vendas da GB se expandiram em 8% ", diz o empresário. "Por isso resolvemos investir mais." O valor do negócio ele não revela. Mas diz que a compra saiu barato para a GB, já que a Divino Sapore tinha "pendências" com a empresa paulista.

 

No total, a GB está aplicando R$ 10 milhões na nova linha de produtos. A ideia é passar dos R$ 170 milhões faturados no ano passado para fechar 2009 com algo entre R$ 210 milhões ou R$ 220 milhões. "Com essa novas linhas, reduzimos nossa sazonalidade, já que a maior parte das vendas de bebidas fica concentrada nos meses mais quentes do ano. Com chocolate é o contrário."

 

O principal produto da linha de chocolate é a barra de 126 gramas, que está sendo apresentada esta semana a varejistas na 25ª Apas, a feira internacional de negócios em supermercados, que acontece até amanhã em São Paulo. Enquanto os concorrentes têm faixa de preço situada entre R$ 3 e R$ 4, os chocolates da GB (que continuam com a marca Divino Sapore) serão vendidos a R$ 1,99. O segredo do preço baixo está na formulação: em vez de manteiga de cacau, o produto leva gordura vegetal fracionada, proveniente do óleo de palma. "Não adianta fabricar chocolate meio amargo que criança não gosta. Nosso produto é para a família, tem que ser docinho", diz o empresário, que quer que até o fim do ano pelo menos 15% das vendas da empresa venham de chocolates. O empresário afirma ter motivos para estar otimista: os primeiros dois meses de produção, segundo ele, já estão vendidos

 

Veículo: Valor Econômico


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