Após um ano fraco em 2007, quando os lucros fecharam com queda de 31%, a fabricante de biscoitos e massas M. Dias Branco, dona de marcas como Adria e Basilar, tem conseguido reverter sua trajetória em 2008.
Os lucros no segundo trimestre chegaram a R$ 38,7 milhões, o que representou um aumento de 111% sobre os R$ 18,3 milhões do mesmo período do ano passado. A receita também conseguiu dar um salto. Cresceu 55,3% no período, para 568,1 milhões.
O próprio fato de vir de uma base fraca em 2007 foi indicado pelo vice-presidente de investimentos da empresa, Geraldo Luciano Mattos, como um dos fatores que colaboraram para a alta expressiva nos resultados deste trimestre.
Também colaborou a compra da pernambucana Bom Gosto, dona da marca Vitarella, realizada em abril último por um valor de R$ 595,5 milhões. Apenas esta nova empresa do grupo teve um aumento de 28% em seu faturamento, comparado à atividade que mantinha no segundo trimestre do ano passado, antes de ser adquirida.
Outro fator citado por Mattos para a reversão nos resultados foi a oscilação no preço do trigo, grande responsável pelo desempenho fraco de 2007. A matéria-prima saiu de 2006 custando cerca de US$ 150 milhões a tonelada, e chegou ao fim do ano passado batendo os US$ 430 milhões. O cenário conjuntural desfavorável levou a empresa a uma política de redução nos custos administrativos casada com o repasse de preços aos produtos. "Não tivemos alternativa. Não temos como comprar o trigo mais caro e não repassar", disse o executivo.
No segundo trimestre de 2007, as despesas administrativas representavam 18,7% da receita líquida, e no segundo trimestre de 2008 caíram para 16,7%. Do outro lado, o preço de seus produtos cresceram até 42% nos últimos 12 meses, caso da farinha, produzida pela própria M. Dias Branco. Os biscoitos encareceram, em média, 12%, as massas 25,4% e a margarina 34%.
Reflexo desta política é o aumento no volume comercializado pela empresa no período, bem abaixo da evolução dos valores. Foram 507,2 mi toneladas vendidas no acumulado dos seis meses de 2008, m aumento de 7,9% sobre o mesmo período no ano passado.
O Ebitda da empresa também comemorou o bom momento. Subiu 67,5%, de R$ 63,7 milhões de abril a junho de 2007 para R$ 106,7 milhões no último levantamento. A margem Ebitida chegou a 18,8%. "Já é 1,6 ponto percentual superior que o primeiro trimestre.
A compra da Bom Gosto foi a primeira aquisição da empresa desde sua abertura de capital, em outubro de 2006, e, de acordo com Mattos, não deve ser a última. "Continuamos com o interesse em novas aquisições, mas que não venha a ser biscoito ou massa. Queremos ampliar nosso leque em produtos que tenham sinergia com o nosso perfil, como barras de cereal, misturas para bolo e uma porção de outras possibilidades".
Veículo: Gazeta Mercantil